A possibilidade de o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) elevar juros em junho continuou a sustentar nesta quinta-feira, 19, as cotações do dólar. Mas a pressão diminuiu à tarde, em meio a certa recuperação nos preços do petróleo e a um movimento de realização de lucros. Após chegar a ser cotado na faixa dos R$ 3,61, o dólar à vista fechou em R$ 3,5672, em leve alta de 0,22%.
A sinalização feita ontem pelo Fed de que poderá elevar os juros locais no curto prazo foi reforçada hoje pelo discurso do presidente do Fed de Nova York, William Dudley, e pela queda no número de pedidos de auxílio-desemprego no país. Em reação aos sinais de aperto monetário nos Estados Unidos, o dólar se fortaleceu frente às demais moedas, uma vez que o mercado americano torna-se mais atrativo com juros mais altos.
Dudley, que vota nas reuniões de política monetária do Fed, afirmou hoje que a instituição pode elevar os juros em meados deste ano. "Se estou convencido de que minha previsão está nos trilhos, então penso que um aperto neste verão, no intervalo entre junho e julho, é uma expectativa razoável", afirmou.
Neste cenário, o dólar à vista marcou a máxima de R$ 3,6189 (+1,67%) às 12h47. A tendência começou a mudar com o petróleo, que desacelerou suas perdas em Londres e em Nova York. O movimento foi justificado pelos relatos de que trabalhadores de um terminal da ExxonMobil na Nigéria haviam sido retirados de suas funções devido a um ato criminoso. Além disso, uma greve de trabalhadores nas refinarias francesas da Total deu suporte aos preços dos barris.
O resultado foi a virada do dólar para o negativo ante várias divisas de emergentes no exterior. No Brasil, a moeda americana à vista também perdeu força, mas se manteve no terreno positivo.