>Ao menos nesta segunda-feira, o desconhecido Wendell Lira pode se orgulhar por ter batido um dos melhores jogadores de todos os tempos. O brasileiro, mais um que vive o lado menos glamouroso do sonho de ser profissional no futebol, alcançou o auge na carreira e teve seu gol, marcado com a camisa do pequeno Goianésia, escolhido como o mais bonito do ano pela Fifa. Por isso, recebeu o Prêmio Puskas, deixando para trás ninguém menos que Lionel Messi.
Em meio a astros presentes à festa de gala da Fifa, em Zurique, como Luis Enrique, Neymar, Cristiano Ronaldo, Iniesta, entre outros, Wendell Lira se destacou. Subiu no palco e mostrou toda sua humildade ao agradecer a Deus e à família apenas pela oportunidade de estar ali, entre tantos ídolos.
"É uma honra e um momento único na minha vida estar aqui e conhecer tantos jogadores famosos, que eu conhecia apenas pelo vídeo game. Eu agradeço à minha família e a todos que votaram em mim. Quero agradecer minha esposa e minha filha, que ficou no Brasil", disse o jogador antes de citar uma passagem bíblica.
O golaço marcado pelo então jogador do Goianésia - atualmente está no Vila Nova - superou as pinturas de Alessandro Florenzi e Lionel Messi em palcos bem mais deslumbrantes do futebol. O italiano marcou contra o Barcelona do meio de campo, pela Liga dos Campeões, no Estádio Olímpico de Roma, enquanto o argentino finalizou uma linda arrancada desde o meio de campo diante do Athletic Bilbao, no Camp Nou, pela final da Copa do Rei.
Mas o voleio de Wendell Lira no Serra Dourada foi suficiente para batê-los. Em meio a uma campanha que mobilizou boa parte do Brasil, a eleição pela internet lhe garantiu 46,7% dos votos, contra 33,3% de Lionel Messi e 7,1% de Florenzi.
Com a honraria desta segunda, Wendell Lira se tornou o segundo brasileiro a conquistar o Prêmio Puskas, igualando o feito de Neymar, quando ainda atuava pelo Santos em 2011. Os outros vencedores foram Cristiano Ronaldo, em 2009, Hamit Altintop, em 2010, Miroslav Stoch, em 2012, Zlatan Ibrahimovic, em 2013, e James Rodríguez, em 2014.
Confira o gol do ano:
Messi confirma favoritismo e ganha a Bola de Ouro pela 5ª vez

Wendell Lira fez um discurso emocionado e humilde ao receber a premiação
FABRICE COFFRINI/AFP/JC
Confirmando todas as previsões, Lionel Messi foi laureado nesta segunda-feira com sua quinta Bola de Ouro da Fifa, desta vez como melhor jogador do mundo no ano de 2015. O argentino, que venceu quatro vezes seguidas entre 2009 e 2012, agora retorna ao topo depois de ser superado por Cristiano Ronaldo em 2013 e 2014.
Messi foi eleito como o melhor do mundo por 41.33% do colégio eleitoral, composto por capitães e técnicos de cada uma das seleções da Fifa e por um jornalista de cada país federado à entidade. Cristiano Ronaldo ficou em segundo pela quarta vez, repetindo 2009, 2011 e 2012. O português teve 27.76% dos votos. Neymar, finalista pela primeira vez, terminou em terceiro, com 7.86%.
"É muito bom voltar aqui depois de duas conquistas do Ronaldo. É incrível que seja a quinta. Vislumbrava isso quando eu era pequeno. Queria agradecer a todos que votaram em mim e aos meus colegas de equipe. Sem ele não seria possível", disse Messi ao receber o prêmio.
Se em 2013 Messi foi prejudicado por lesões e em 2014 Cristiano Ronaldo levou o Real Madrid ao título da Liga dos Campeões, no ano passado não houve o que atrapalhasse Messi, considerado o melhor jogador da sua geração, a ser novamente consagrado como o melhor do ano. Pelo contrário. Iniesta, Xavi, Neymar e Suárez só ajudaram o argentino a jogar em grande forma.
Só em 2015, Messi ganhou o Campeonato Espanhol, a Copa do Rei, a Liga dos Campeões, o Mundial de Clubes e a Supercopa da Europa. Só não levou a Supercopa da Espanha, vencida pelo Athletic Bilbao.
Se a premiação fosse a Chuteira de Ouro (entregue a artilheiros dos torneios da Fifa), ela ficaria com Cristiano Ronaldo, que anotou 54 em 52 jogos em 2015. Messi fez seis a menos - 48 -, em uma partida a mais. Diferentemente do português, entretanto, o argentino foi decisivo em momentos chaves da temporada. Fez gols nas finais do Mundial de Clubes, da Copa do Rei e da Supercopa da Europa. Também anotou o gol do título espanhol.
Os números de Messi ficam mais expressivos quando analisados em conjunto com os dos seus companheiros de ataque no Barcelona. O clube fechou 2015 com incríveis 180 gols, um recorde no futebol espanhol. Juntos, Messi, Neymar e Suárez, o 'Trio MSN', anotaram 137, sendo 48 do uruguaio e do argentino e 41 do brasileiro. Ou seja: num momento em que ganhou companheiros para dividir os gols do Barça, Messi soube permanecer no topo, mantendo a média de gols, mas melhorando seu aproveitamento como assistente.
O único porém no ano de Messi é seu desempenho com a seleção da Argentina, ainda abaixo do esperado. Em 2015, a Argentina perdeu a decisão da Copa América para o Chile e, ao longo de todo o torneio, o atacante fez só um gol, de pênalti, e só deu assistências na goleada sobre o Paraguai. De resto, foi discreto.
Luis Enrique desbanca Guardiola e Sampaoli e é eleito o técnico do ano
O sucesso do Barcelona no ano de 2015 refletiu na escolha do melhor técnico do mundo pela Fifa, anunciada na festa de gala da entidade nesta segunda-feira, em Zurique. O prêmio ficou com o espanhol Luis Enrique, que comandou o clube catalão em sua temporada praticamente perfeita. Ele alegou compromissos profissionais e não esteve presente na festividade.
Ex-jogador do próprio Barcelona, Luis Enrique retornou ao time catalão para comandá-lo no início da temporada passada, vindo do Celta de Vigo. O treinador enfrentou alguns problemas no início, principalmente por conta de uma suposta crise no vestiário com Lionel Messi, mas contou com o talento do próprio Messi, Neymar e outros para se recuperar.
Como resultado, teve uma temporada praticamente perfeita. Em seus primeiros 18 meses no cargo, conquistou cinco dos seis títulos que disputou: o Campeonato Espanhol, a Copa do Rei, a Liga dos Campeões, a Supercopa da Europa e o Mundial de Clubes. Foi derrotado somente na Supercopa da Espanha pelo Athletic Bilbao, mas nada que tenha manchado esta incrível caminhada dele à frente do Barcelona.
Por conta deste ótimo desempenho, Luis Enrique superou a concorrência de outros grandes nomes para ficar com o prêmio de melhor técnico do ano. O elogiado Pep Guardiola, campeão alemão com o Bayern de Munique em 2015, e Jorge Sampaoli, responsável por levar o Chile a seu primeiro grande título da história, na última Copa América, foram os derrotados. Luis Enrique teve 31,08% dos votos, contra 22,97% de Guardiola e 9,47% de Sampaoli.
Carli Lloyd é a melhor jogadora de 2015

Wendell Lira fez um discurso emocionado e humilde ao receber a premiação
FABRICE COFFRINI/AFP/JC
A vencedora do prêmio de melhor jogadora do mundo em 2015 foi a norte-americana Carli Lloyd, que se consagrou na esteira do título mundial que os Estados Unidos conquistaram no ano passado. Ela recebeu 35,28% dos votos, contra 12,60% da alemã Celia Sasic, segunda colocada, e 9,88% da japonesa Aya Miyama, outra finalista da premiação.
"É uma honra, isso é um sonho desde que iniciei minha jornada com a seleção nacional. Celia e Aya também são jogadoras maravilhosas e verdadeiramente mereciam este prêmio. Quero agradecer Jill (Ellis, treinador da seleção feminina), à comissão técnica e a todos que me apoiaram", ressaltou Lloyd ao receber o prêmio.
A brasileira Marta, cinco vezes ganhadora desta honraria, ficou fora do grupo das finalistas da premiação feminina pela primeira vez em 12 anos.
Na disputa pelo prêmio de melhor comandante da modalidade, Jill Ellis foi a escolhida. Única mulher na disputa, a comandante da seleção norte-americana deixou para trás Norio Sasaki, treinador do Japão, e Mark Sampson, da Inglaterra. Ela teve 42,98% dos votos, contra 17,79% de Sasaki e 10,68% de Sampson.
"É incrível fazer parte de uma família tão incrível no futebol. Isso certamente representa muitas pessoas, nossas jogadoras e capitãs, nossa comissão nos Estados Unidos. A eles, minha sincera gratidão pelo esforço e a crença na equipe", declarou a treinadora.