Como a franquia gaúcha virou sinônimo de um produto cujo faturamento está próximo dos R$ 100 milhões

De Atlântida para o Brasil: a história da Croasonho


Como a franquia gaúcha virou sinônimo de um produto cujo faturamento está próximo dos R$ 100 milhões

Quem chegava na praia de Atlântida, no início dos anos 2000, sabia que na garagem do número 192, da avenida Central, encontrava-se um croissant dos sonhos. A grande procura provocava filas, principalmente nos fins de tarde de verão. Hoje, o ponto deixou de existir, mas a empresa não. Pelo contrário, a Croasonho, que virou sinônimo de produto, projetava para 2015 um faturamento de R$ 95 milhões.
Quem chegava na praia de Atlântida, no início dos anos 2000, sabia que na garagem do número 192, da avenida Central, encontrava-se um croissant dos sonhos. A grande procura provocava filas, principalmente nos fins de tarde de verão. Hoje, o ponto deixou de existir, mas a empresa não. Pelo contrário, a Croasonho, que virou sinônimo de produto, projetava para 2015 um faturamento de R$ 95 milhões.
A história da companhia começou de forma despretensiosa na Praia do Rosa, em Santa Catarina. O ano era 1999. Seu fundador, André Hanquet, vendia as guloseimas de porta em porta para amigos e familiares. A receita era da esposa, Regina, que havia aperfeiçoado os ingredientes e o modo de preparo. Só que o elogio da clientela - "esse croissant é dos sonhos" - começou a popularizar o negócio.
Daí surgiu a ideia de abrir a Croassonho (com dois "s") no litoral gaúcho. Logo em seguida, a marca foi licenciada e o casal passou a fornecer o produto para cidades como Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande.
Clientes costumavam dizer que "os croissants eram dos sonhos"
Na mesma época em que a empresa se expandia, dois amigos de Caxias do Sul estavam à procura de um novo negócio para empreender. A partir de 2006, Eduardo Silva, que trabalhava no setor hoteleiro, e Gustavo Susin, que possuía uma rede de escolas de idiomas, passaram a visitar convenções e feiras em busca de uma aposta.
Depois de dois anos toparam com Hanquet e decidiram, como o próprio Susin diz, "dar uma nova cara para a Croasonho" - agora com um "s" só. "Como até então as lojas da empresa eram diferentes umas das outras, decidimos reinventar com um modelo único, inovador e moderno", explica ele.
A loja-conceito foi inaugurada no Centro de Caxias do Sul em junho de 2009 e em pouco tempo virou sensação - tal como Hanquet havia feito na garagem de Atlântida. "Chegamos a ter fila de gente disposta a investir no negócio", conta Susin. Por conta do êxito, a dupla fez sociedade com o fundador e assumiu a gestão do sistema de franquia - inaugurando em 2010, na cidade, uma sede corporativa para a Croasonho Franchising.
Desde então, a Croasonho não parou de crescer - em espaço, faturamento e portfólio. Hoje, há mais de 40 opções de doces e salgados. A empresa mantém duas fábricas que abastecem as quase 70 lojas espalhadas em 14 estados do Brasil.
Como a receita da massa é mantida em segredo, os parques industriais, localizados em Caxias do Sul e Porto Alegre, são os únicos que a fabricam. Apenas os recheios dos croasonhos são produzidos nas cozinhas dos restaurantes. A rede ainda mantém um centro de redistribuição em Taboão da Serra, em São Paulo.
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Em 2011, a operação da empresa gerou uma receita de R$ 11 milhões. Em 2014, pulou para R$ 70 milhões. A projeção para 2015 era vender 5 milhões de croasonhos e crescer 37% frente ao ano anterior - os dados não estavam contabilizados até o fechamento desta edição.
Susin afirma que recebe pedidos de abertura de franquia praticamente todos os dias - a lista de espera tem 2 mil nomes (!). Para 2016, entretanto, a previsão é de oito a 10 novas lojas no País. "Estamos mais focados em pontos premium e em cidades com mais de 200 mil habitantes", explica ele, que ocupa o cargo de diretor da empresa. As aberturas ficarão concentradas nas regiões Centro-Oeste e Norte.
No Rio Grande do Sul, que conta com 25 lojas, a expansão está descartada. Em Atlântida, a franquia agora opera na rua 11 de Maio, 58. "Fora da estação, só funciona no fim de semana. Mas na alta temporada abre todos os dias, até meia-noite", explica Daniel Alves, gerente de marketing da companhia. O Litoral também conta com outro ponto em Torres (rua Joaquin Porto, 200).

Sócios apostam em novo segmento

Mirando um novo conceito de gastronomia, os diretores da Croasonho se juntaram a outra dupla: José Luis Barbacovi e Leandro Morando, proprietários do Puerto Del Toro. A sociedade busca reposicionar a marca no mercado caxiense e nacional. A nova fase, de Cocina Platina, aposta em cortes de carnes nobres. "Será um modelo de negócio híbrido (com lojas próprias), mas futuramente devemos transformar em franquia", explica Susin. O Puerto Del Toro conta com três lojas em Caxias do Sul e em abril desembarca em São Paulo.