Uma casa que usa as energias e os recursos renováveis presentes na natureza, que aproveita a radiação do sol e a água da chuva e do solo. Essa é a Casa E, um dos projetos da Vitrine Tecnológica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). A casa-conceito experimental começou em 2001, com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A inauguração foi em 2010.
Segundo o professor e coordenador, Flávio Horowitz, a proposta é projetar, realizar e testar conceitos inovadores, assim como desenvolver e demonstrar tecnologias viáveis e não agressivas ao meio ambiente. Com as tecnologias usadas na casa, a equipe de pesquisadores já conseguiu comprovar alguns benefícios, como o conforto térmico. "Nos dias típicos de verão, conseguimos a entrada de ar com menos 10 graus que no exterior, como um ar-condicionado natural. No inverno, além de conservar o calor distribuído no interior da casa, em dias de pouco sol, é possível utilizar o forno à lenha ou a lareira ecológica", explica o professor.
Quando o problema é a falta luz na rede externa, a Casa E consegue suprir a energia elétrica com o sistema de sensoriamento pelas placas fotovoltaicas e baterias estacionárias por mais de 8 horas. Isso sem contar a água quente para o chimarrão por aquecimento solar e o aproveitamento da água da chuva em um pequeno lago, no jardim e na hidra do banheiro.
Nove dicas simples para uso racional de água e energia em casa
- Em uma treliça ou malha junto às janelas/aberturas voltadas para leste ou oeste, cresça trepadeiras de folhas caducas - sombreiam no verão e, ao caírem no inverno, dão passagem ao sol. Aquelas que se agarram às paredes podem se tornar uma "segunda pele de verão" do ambiente.
- No verão, permita a entrada de brisas para ventilação cruzada, com aberturas de saída no lado oposto de cada entrada de ar no ambiente. A velocidade do fluxo de ar será aumentada se a área de saída for maior que a de entrada. Se a casa tem um sótão, utilize nele aberturas para extração do ar mais quente por convecção natural. Se possui um porão, permita passagem de seu ar resfriado para o ambiente de vivência.
- No inverno, diminua a ventilação cruzada, isole áreas superiores e inferiores do ambiente principal de vivência. Se necessário, empregue estufa ou lareira de maior rendimento que as apenas decorativas, com combustão dupla, maior eficiência e menor produção de emissões poluentes.
- Para minimizar o consumo de energia elétrica dos condicionadores de ar comerciais, quando as temperaturas externas são maiores ou menores que as da zona de conforto térmico, utilize sombreamento (externo, se possível) e janelas com vidros duplos.
- Diminua o consumo de eletricidade no aquecimento de água, usando captação termo-solar ou gás (natural, se possível) em sistema de passagem.
- Se sua edificação possui sistemas de água separados, um para descargas de vasos sanitários e outro para demais saídas de consumo, alimente o das descargas com a captação de chuva por calhas no telhado.
- A água da chuva pode também ser estocada e usada diretamente em jardins ou floreiras.
- A saída da "água cinza" (de chuveiros, pias etc.) pode passar por tanque de tratamento por bactérias anaeróbico para todas as necessidades de água não potável. Já a "água negra" dos vasos sanitários necessita de passagem por dois estágios anaeróbicos, podendo ser usada para irrigação de jardins ou floreiras.
- Melhor ainda que substituir as lâmpadas incandescentes pelas fluorescentes é substituí-las pelos arranjos de LED, bem mais eficientes. Assim, você diminui seu consumo elétrico, tem uma poupança de longo prazo e contribui com o meio ambiente, por não poluí-lo com mercúrio.
Fonte: Casa E