Luiz Gustavo Garrido, presidente da FAJERS
Ao decidir empreender, o jovem necessariamente precisa estar atento e dedicar-se a diversos aspectos do negócio, como validação do produto, estruturação jurídica, planejamento, cenários financeiros, canais de fornecedores e de vendas, entre outros. Além disso, em alguns setores do mercado, tanto as empresas nascentes quanto os jovens empreendedores podem sofrer dificuldades de credibilidade em virtude da falta de histórico profissional e força de marca. Por isso, é importante o debate de como o associativismo empresarial pode subverter este cenário e possibilitar maior chance de sucesso para este público.
O movimento associativo empresarial tende a trabalhar seus associados por meio de três pilares principais, os quais, de alguma forma, possibilitam maior força de marca e credibilidade aos associados: capacitação, representação e relacionamento.
Por exemplo, os projetos vinculados à capacitação têm o objetivo de preparar o empreendedor para as dificuldades técnicas diárias, servindo como subsídio às decisões gerenciais e possibilitando que a empresa possua menor desgaste de marca em virtude de erros. A representação dos associados, que poderá dar-se em relações com empresas parceiras ou órgãos governamentais, objetiva fornecer maior poder à voz de diversos jovens, visto que, com trabalho conjunto e volume de empresas, todas as marcas vinculadas possuem maior peso social e comercial. Já o relacionamento permite que a lacuna de força de marca/credibilidade seja sanada pela confiança e maior proximidade entre cliente e fornecedor.
Por fim, conforme a Pesquisa do Jovem Empreendedor Brasileiro de 2016, promovida pela Conaje, quando o empreendedor integra e dedica-se a uma rede coletiva, associativa e colaborativa, há a tendência de que esta funcione em seu favor, gerando credibilidade, negócios e amizades.
Percebe-se que, comumente, empreendedores de sucesso pertenceram a alguma entidade empresarial quando iniciaram seus negócios - ou ainda pertencem. Como exemplo de nossa rede da Federação das Associações de Jovens Empresários do Rio Grande do Sul - FAJERS, durante o 4º Congresso Gaúcho de Jovens Lideranças Empresariais, ocorrido em Porto Alegre, de 9 a 11 de março, foram apresentadas as histórias de Carmen Ferrão, superintendente de Marketing do Grupo Lins Ferrão, detentor das Lojas Gang e Pompéia, que é fundadora da Associação de Jovens Empresários de Porto Alegre, e de Jorge Hoezel Neto, líder da Mercur, que é fundador da Associação de Jovens Empresários de Santa Cruz do Sul. Eles fizeram parte do movimento de jovens empreendedores enquanto estavam iniciando suas carreiras e, certamente, desenvolveram suas lideranças e capacidades conjuntamente com outros jovens. Durante o 4º Congresso Gaúcho de Jovens Lideranças Empresariais, também percebemos o valor que o associativismo traz à marca, seja para o jovem empreendedor quanto para a empresa que está nascendo.