Até 2020, a marca Big terá virado história. Onze anos após a aquisição da rede, comprada do grupo português Sonae, a gigante varejista Walmart decidiu estampar o seu próprio nome nos hipermercados. A mudança será gradual, e andará conforme forem completadas, também, as obras de reorganização das lojas. "Não estamos fazendo apenas a troca de bandeira, mas trazendo um novo conceito em hipermercados", declarou o presidente do Walmart no Brasil, Flavio Cotini. O investimento no projeto é de R$ 1 bilhão no País, dos quais R$ 250 milhões apenas no Rio Grande do Sul.
Para a primeira fase, foram escolhidas três lojas da multinacional como projetos-piloto da transformação: uma delas será o Big de Novo Hamburgo, que já está em obras para ganhar a nova roupagem e deve ser reinaugurado nas próximas semanas. As outras são o Big Santa Felicidade, em Curitiba (PR), e o Walmart Tamboré, em Barueri (SP), que será reinaugurado já nesta sexta-feira. Em um período de três a quatro anos, o grupo espera ter completado toda a migração dos seus 130 hipermercados no Brasil, incluindo as 21 lojas do Big no Estado.
"A marca Big é muito importante, e sempre tivemos muito respeito por ela, mas não dá para ser uma empresa simples, como queremos, tendo de dividir recursos", argumentou Cotini durante o anúncio realizado na Capital. Além do Big, o grupo possui atualmente hipermercados de bandeira própria no Sudeste e outros com a bandeira Hiper Bompreço, no Nordeste, que também deverão passar pela reformulação.
O novo modelo, desenvolvido a partir de pesquisas com os consumidores, deverá tornar as lojas mais inclusivas. As novidades mais visíveis serão gôndolas mais baixas, corredores mais amplos e novas entradas para as lojas, facilitando as compras rápidas. Segundo o executivo, os hipermercados ganharão em produtividade nas áreas de mercearia e higiene, com a exposição dos produtos, onde for possível, em seus próprios pallets ou em caixas-display. Já na área de perecíveis, como frutas e hortaliças, o grupo promete maior diferenciação, com expositores mais modernos e acessíveis.
Além da melhor experiência de compra, Cotini ressalta que o grupo continuará buscando o menor preço possível em seus produtos. "Temos competidores que vendem serviços, outros que vendem outros atributos. Nós vendemos preço, e não se pode esperar luxo em nossas lojas", defendeu o executivo. Os pallets e displays, por exemplo, deverão reverter em menores custos em inventário e maior agilidade na reposição, e isso seria transferido ao consumidor. O Walmart promete também melhorar o sortimento regional, oferecendo mix de produtos mais adequados aos costumes de cada estado.
O ponto de Novo Hamburgo foi escolhido como um dos primeiros a passar pela transformação por ser, de acordo com Cotini, uma loja importante e que já precisava de melhorias. O presidente não quis adiantar quais serão as próximas lojas no Estado que serão reformuladas. A ideia é adotar a nova marca apenas quando a reformulação de cada hipermercado já estiver completa. As obras não forçarão a interrupção do funcionamento das lojas.
O Walmart possui atualmente 485 unidades no Brasil, com um faturamento, em 2015, de R$ 29,3 bilhões.
Empresa vê Rio Grande do Sul como estado estratégico para negócios
Novo modelo de operação começará pela unidade de Novo Hamburgo
Walmart/DIVULGAÇÃO/JC
Sede de 20% das lojas brasileiras da maior empresa varejista do mundo, o Rio Grande do Sul é visto como estratégico pelo Walmart. "O Rio Grande do Sul é muito importante para nós, e acredito que o Walmart também seja para o Estado", afirmou o presidente do Walmart no Brasil, Flavio Cotini. O grupo está presente em 47 municípios gaúchos, com 14,4 mil funcionários. Embora não abra o faturamento da rede no Estado, Cotini garante que é responsável por "mais de 1% do PIB gaúcho".
O executivo defendeu a decisão da rede de fechar, no início do ano, pelo menos 14 pontos no Rio Grande do Sul. "Passamos por uma crise sem precedentes quando se avalia o que se esperava e o que efetivamente aconteceu. Não seria justo manter lojas deficitárias que impactavam nos preços das outras", analisou Cotini, salientando que o varejo como um todo fechou lojas nos últimos dois anos.
Sobre expansão no Estado, o executivo garantiu que faz parte do planejamento, mas não para o curto prazo. A prioridade do Walmart é garantir que o parque existente seja rentável e sustentável. O grupo também promete não realizar novos enxugamentos no quadro pessoal. Além dos 21 Big, o Walmart mantém no Rio Grande do Sul 54 lojas do Nacional (supermercados), 13 Todo Dia (loja de desconto), 13 Maxxi (atacado), uma loja do Sam's Club e 48 pontos de farmácias, postos de combustíveis e centros fotográficos.