Desafiados pela transformação digital e pelo cenário conjuntural brasileiro, os CIOs deverão ter um ano de 2016 movimentado. A necessidade de otimizar as operações, reduzindo custos e aumentando a performance, já colocou a TI em uma posição estratégica dentro das empresas. Isso explica porque, apesar da crise, os gestores de tecnologia estão com uma série de novos projetos em andamento. Confira abaixo como importantes CIOs que atuam no Rio Grande do Sul projetam o ano e quais os principais projetos nos quais estão envolvidos.
Aposta em inovação e infraestrutura
Cristian Mairesse Cavalheiro CIO e vice-presidente da Tecnologia da Getnet
GETNET/DIVULGAÇÃO/JC
Crescimento
O cenário econômico é desfavorável em todos os aspectos, seja de PIB, capacidade de compra das pessoas e aumento do desemprego. Mas, para a Getnet, tem um indicador muito positivo que é o fato de estarmos em um mercado que cresce muito. Já estamos entre as três maiores empresas do mercado de meios de pagamento no Brasil, crescemos 36% em 2015 e queremos repetir um bom desempenho esse ano.
Projetos previstos
Tenho 250 projetos de TI previstos, o que inclui a finalização da plataforma para termos todas as bandeiras de cartão operando em nossos canais, novos modelos de equipamentos sendo desenvolvidos e melhoria na nossa plataforma digital e do programa de fidelidade. Em 2016, vamos trabalhar fortemente nas iniciativas voltadas para a carteira digital. Isso sem falar que estamos fazendo a migração para uma plataforma de BI e CRM mais robusta, que mais adiante vai nos permitir trabalhar com integração de banco de dados e Big Data.
A TI no negócio
O nosso negócio envolve profundamente a TI. Estamos constantemente pesquisando, buscando inovações e sempre olhando lá na frente, com pelo menos dois ou três anos de antecedência, pois não podemos ter uma visão limitada de infraestrutura.
Eficiência e transformação digital
Ivana Lech, CIO do Hospital Moinhos de Vento
FREDY VIEIRA/JC
Budget superior
Estamos acompanhado bem de perto situação do País, que é delicada e pode representar, sim, um risco para o andamento de alguns projetos na área de TI. Mas, na verdade, aqui no HMV tivemos um incremento do valor habitual destinado para a TI em 2016. Isso ocorreu em função de uma série de projetos importantes previstos, como o da busca por uma maior eficiência e da transformação digital da instituição.
Maior segurança para os pacientes
Uma iniciativa inovadora é o Portal do Paciente, ambiente no qual os nossos clientes terão acesso aos seus principais dados, exames e laudos, independentemente do local em que estiverem. Esse projeto será entregue até o final de 2016. Também vamos começar a desenvolver o projeto para a construção de um novo data center e iniciar a atualização do sistema de ERP. Daremos continuidade à execução do projeto de checagem eletrônica na beira leito, o que traz muita segurança para o paciente. Um leitor ótico (em uma pulseira) mostrará a medicação que deverá ser destinada a cada pessoa, bem como a dose e o horário, além de mostrar a validade do produto. Começamos a implantar em 2014 e, até o final de 2016, devemos alcançar quase 300 aposentos.
Desafios para os CIOs
Hoje em dia existe uma busca constante pela eficiência das empresas. É preciso fazer mais com menos. As demandas são imediatas e os projetos precisam ser mais ágeis. Isso exige um trabalho grande do CIO e da sua equipe.
Automatização, IoT e mobilidade
Carlos Cesar Carneiro Almeida, gerente de TI da CMPC
CMPC/DIVULGAÇÃO/JC
Cenário particular
A CMPC vive um cenário um pouco particular, porque o setor de celulose não foi impactado pela crise. No ano passado, quadruplicamos a capacidade da fábrica, então, em 2016, estaremos com produção plena. Com essa ampliação, tivemos uma necessidade maior de automatização dos processos, o que exige bastante da TI.
Monitoramento remoto
Um grande desafio que temos é o de monitorar tudo que acontece na floresta, pois temos várias operações em campo. Por isso, uma das nossas apostas é na Internet das Coisas (IoT). As nossas colheitadeiras e gruas de campo já têm computadores de bordo com sensores que permitem coletar dados e transmitir para central de logística que temos na fábrica. Estamos consolidando em 2016 os projetos de mobilidade na área florestal que possibilitam que a gente saiba, remotamente, se a grua que está em campo está operando corretamente, se existe fila e qual a performance de cada equipamento. Outro grande projeto é um sistema de radiocomunicação digital, para a transmissão de voz e dados, permitindo uma comunicação mais eficiente e o rastreamento via GPS das operações na floresta.
Transformação do negócio
A nossa TI tem que estar próxima do negócio e entender exatamente o que precisa fazer para promover um maior nível de automação, ajudando a empresa a se transformar, ser mais competitiva e se diferenciar. Estamos mais focados em tecnologias que alavanquem os negócios do que em apenas manter as coisas funcionando.
Revisar e melhorar processos
Carlos Roberto Arins do Nascimento, gerente executivo de TI e do Centro de Serviços de Soluções Compartilhadas (CSC) da Randon
RANDON/DIVULGAÇÃO/JC
Foco da TI
O setor automotivo está sendo bastante atingido e, por isso, estamos priorizando os projetos de revisão e melhorias de processos. Esse é o grande foco da TI para 2016.
Busca de sinergia
Temos o SAP desde 2012 e a meta agora é revisar completamente, buscando sinergias, reduções de custos, melhoria de qualidade e mais soluções analíticas para as áreas de negócios tomarem decisão. Em RH, por exemplo, juntamos todos os processos de contratação de pessoas e estamos eliminando atividades que não geram valor. Também estamos integrando o help desk de TI com o da central de soluções da área do CSC e vamos criar um grande service desk onde pessoas que tem dúvidas de processos ou TI vão acessar ramal e ser atendidas. Até março devemos implantar a solução Tax Declaration Framework, da SAP.
Parceria
Todos esses redesenhos que estão sendo feitos envolvem um trabalho muito próximo da TI com as áreas de negócios. Temos que estar lado a lado desde o início de uma necessidade deles até a execução do projeto, senão depois ficará mais difícil absorver o que eles estão pensando.