Uma pesquisa inédita aponta que o Rio Grande do Sul deixou de arrecadar R$ 343,7 milhões em impostos estaduais e federais neste ano com o comércio ilegal de cigarros eletrônicos. O estudo realizado pela Escola de Segurança Multidimensional (ESEM), do Instituto de Relações Internacionais (IRI) da Universidade de São Paulo (USP) foi apresentado durante o workshop "Fronteiras do Crime: O Desafio do Crime Organizado em setores altamente regulados no Brasil", na quarta-feira passada.
Uma pesquisa inédita aponta que o Rio Grande do Sul deixou de arrecadar R$ 343,7 milhões em impostos estaduais e federais neste ano com o comércio ilegal de cigarros eletrônicos. O estudo realizado pela Escola de Segurança Multidimensional (ESEM), do Instituto de Relações Internacionais (IRI) da Universidade de São Paulo (USP) foi apresentado durante o workshop "Fronteiras do Crime: O Desafio do Crime Organizado em setores altamente regulados no Brasil", na quarta-feira passada.
Considerando um crescimento anual de 10% do mercado de dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), a arrecadação de impostos para o Estado, caso o mercado fosse legalizado, poderia atingir R$503,14 milhões em 2028. Esses valores são baseados na estimativa de crescimento contínuo da demanda por DEF's e no aumento das vendas tanto em lojas físicas quanto em plataformas online.
Expandindo a projeção para o mercado brasileiro, e mantendo uma perspectiva conservadora do crescimento de mercado e do consumo mensal de DEF, a tributação média no país poderia alcançar R$7,7 bilhões em 2025, e poderia chegar a R$10,3 bilhões até 2028.
Para chegar a esses dados, o estudo usou como base levantamento da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), que identificou um mercado consumidor potencial de 3,3 milhões de usuários de Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF's) no Brasil. O crescimento de mercado foi realizado com base no crescimento observado nos últimos anos, identificado pela consultoria Inteligência em Pesquisa e Consultoria (IPEC) e pelo crescimento da população estimado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Graças à sua localização geográfica estratégica, com fronteiras diretas com o Uruguai e a Argentina, o Rio Grande do Sul se destaca como um ponto de entrada relevante para mercadorias, tanto legais quanto ilegais. Isso inclui o contrabando de dispositivos eletrônicos para fumar (DEF's), que encontram um mercado próspero no Estado.
"O comércio ilegal de cigarros eletrônicos está sustentando em quatro pilares: proibição, contrabando, corrupção de agentes públicos e comercialização digital", explica o professor Leandro Piquet, coordenador da Escola de Segurança Multidimensional da Universidade de São Paulo (ESEM-USP).