Embora fosse o sonho de 17 dos 36 vereadores da Câmara Municipal de Porto Alegre, somente três dos que concorreram nesta eleição conquistaram vagas na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados. Com isso, a partir de 2015, quando os eleitos assumem suas novas funções, o quadro do Legislativo municipal passará por alterações.
Ontem, a primeira sessão após o pleito foi marcada por congratulações aos eleitos e reflexão dos que não conseguiram conquistar as vagas que almejavam. O vereador João Derly (PCdoB) foi o mais votado. O ex-judoca foi uma das principais apostas do PCdoB para manter a representatividade na Câmara dos Deputados, já que Manuela d’Ávila decidiu concorrer a deputada estadual. Derly se elegeu com 106.991 votos.
Segundo o ex-judoca, o objetivo é dar continuidade ao trabalho que vem sendo realizado no Legislativo, com foco na educação e no esporte. “É um desafio muito grande, mas acredito que posso fazer bons debates, pois é lá que estão os recursos, os deputados têm emendas”, analisou Derly, que disse que não vai faltar empenho e trabalho durante seu mandato.
O vereador Pedro Ruas (P-Sol), que está em seu quinto mandato na Capital, será o primeiro representante do partido na Assembleia Legislativa. Com 36.230 votos, Ruas promete manter a linha de enfrentamento que caracteriza o partido no Legislativo municipal. “Nós seremos oposição em qualquer hipótese, independente do resultado do segundo turno”, afirmou o deputado estadual eleito, que acredita que agora o partido poderá, através de seu mandato, atuar em defesa dos 497 municípios gaúchos.
Uma das novidades da eleição foi a vereadora Any Ortiz (PPS), que se elegeu deputada estadual, entrando na vaga do deputado Paulo Odone, do mesmo partido, que não conseguiu se reeleger. Any, que tem apenas 30 anos, apostou no discurso da renovação, que, segundo ela, serviu para provar que é possível fazer uma campanha vitoriosa com pouco recurso. “É a vitória de um trabalho. Eu não era a preferida do partido, não tinha recursos, então é fruto do trabalho na Câmara Municipal e do trabalho da militância que acreditou nas minhas propostas”, avaliou Any, que obteve 22.553 votos.
Com a saída dos três eleitos em janeiro de 2015, o atual quadro de vereadores passará por alterações com a entrada dos suplentes. No lugar de João Derly assume Rodrigo Maroni (PCdoB), que na eleição de 2012 fez 2.861 votos. O professor Alex Fraga (P-Sol) assume a cadeira de Pedro Ruas. Já o lugar de Any Ortiz é uma incógnita. Pela ordem, o ex-jogador Dinho (PRB) deveria assumir a função. Entretanto, o vereador Reginaldo Pujol (DEM) disse que a coligação formada por DEM, PPS e PMN, pela qual Dinho foi eleito em 2012, já que na época ele era do DEM, ingressará na Justiça reivindicando o mandato para o segundo suplente, Paulinho Rubem Berta (PPS). Além disso, outras alterações no Legislativo podem ocorrer por conta do retorno de alguns vereadores titulares que viraram secretários e se licenciaram para concorrer, como Mauro Zacher (PDT).
