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Opinião

Artigo

- Publicada em 06 de Janeiro de 2014 às 00:00

Finalmente o País das Maravilhas!


Jornal do Comércio
Etimologia é o estudo gramatical da origem das palavras. Ao nos debruçarmos nesta pesquisa, acessamos a linha de raciocínio costurada pela história de uma civilização. Fascinante. Num paralelo, pensando nosso país, para conhecê-lo melhor, vale a pena refletir sobre as denominações através das quais foi conhecido e aquelas que merece ou merecerá sê-lo no futuro. Retrocedamos à data de 1500. Naquele ano, ao aportar em nosso litoral, a esquadra lusitana chamou-o Terra da Verdadeira Cruz (ilha da Vera Cruz). Cruz, símbolo da Ordem Templária, ocultada, então, como Ordem dos Cavaleiros de Cristo. Nas velas das naus portuguesas, imponente, o estandarte templário singrava os mares. Claro e justo, assinalar as novas terras com a marca dos empreendedores do comércio com as Índias. Quando há o desdobramento da descoberta, o rei português, D. Manuel, envolvido em disputas com a Espanha pela divisão da terra encontrada, sabe que a mediação será realizada através de bulas papais. Altera o nome para Terra da Santa Cruz, a cruz da Santa Igreja Católica.
Etimologia é o estudo gramatical da origem das palavras. Ao nos debruçarmos nesta pesquisa, acessamos a linha de raciocínio costurada pela história de uma civilização. Fascinante. Num paralelo, pensando nosso país, para conhecê-lo melhor, vale a pena refletir sobre as denominações através das quais foi conhecido e aquelas que merece ou merecerá sê-lo no futuro. Retrocedamos à data de 1500. Naquele ano, ao aportar em nosso litoral, a esquadra lusitana chamou-o Terra da Verdadeira Cruz (ilha da Vera Cruz). Cruz, símbolo da Ordem Templária, ocultada, então, como Ordem dos Cavaleiros de Cristo. Nas velas das naus portuguesas, imponente, o estandarte templário singrava os mares. Claro e justo, assinalar as novas terras com a marca dos empreendedores do comércio com as Índias. Quando há o desdobramento da descoberta, o rei português, D. Manuel, envolvido em disputas com a Espanha pela divisão da terra encontrada, sabe que a mediação será realizada através de bulas papais. Altera o nome para Terra da Santa Cruz, a cruz da Santa Igreja Católica.
Contudo, era impossível manter duas frentes de interesses: o novo mundo e as Índias. O rei concede a Terra da Santa Cruz a um grande mercador da Europa. A terra nova é arrendada a Jacob Figger, mercador de origem judaica, que, por claras razões religiosas, influencia a coroa portuguesa no sentido de renomear essas longitudes. Centro dos negócios de exploração do pau-brasil, o batismo óbvio foi Brasil. Houve nomes populares, claro. Terra dos Papagaios era identificação corrente entre a marujada. Séculos depois, o amor da nossa gente ao esporte bretão forjou a fama do País do Futebol.
Assim, denominações escrevem a natureza da nossa realidade. A próxima página desta história poderá identificar o País pela linda expressão: País das Maravilhas. Maravilhas inventadas com a maquiagem dos factoides de largo espectro, no qual cabem o revisionismo histórico, as inaugurações fictícias, os projetos que não chegam a lugar nenhum e as liberações de vultosas verbas despojadas de estratégia para aplicá-las. Não se pode esquecer a democracia dos conchavos felizes e a euforia das festas televisivas. A mídia corporativa trata de carnavalizar o engodo, e todos, ou quase todos, fingem estar num mundo que não existe. E a multidão, com seus passaportes de cidadãos deste deslumbrante paraíso, num efeito manada, marcha nem alegre nem triste, apenas anda. Faltam inteligência e coragem no País das Maravilhas. Espero que, igual a Alice, possamos procurar uma saída, ou quem sabe acordar. Até lá, vamos acreditar no País das Maravilhas.
Engenheiro e consultor
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