Porto Alegre,

Publicada em 12 de Abril de 2024 às 13:34

Destruição de bancas na ERS-122, em Bom Princípio, causa prejuízo a vendedores

Concessionária CSG afirmou que "estuda medidas para mitigar situações similares à ocorrida"

Concessionária CSG afirmou que "estuda medidas para mitigar situações similares à ocorrida"

Arquivo Pessoal/Divulgação/Cidades
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Liliane Moura
Vendedores autônomos de morango que faziam comércio em 21 bancas às margens da rodovia ERS-122 no município de Bom Princípio, no Vale do Caí, tiveram suas estruturas destruídas por retroescavadeiras, em dois momentos: por volta das 18h da segunda-feira (8) e às 6h de terça-feira (9). Segundo os presentes, a ação foi realizada por funcionários a serviço da Caminhos da Serra Gaúcha (CSG), concessionária que gere a rodovia estadual, sem diálogo ou aviso prévio aos comerciantes.
Vendedores autônomos de morango que faziam comércio em 21 bancas às margens da rodovia ERS-122 no município de Bom Princípio, no Vale do Caí, tiveram suas estruturas destruídas por retroescavadeiras, em dois momentos: por volta das 18h da segunda-feira (8) e às 6h de terça-feira (9). Segundo os presentes, a ação foi realizada por funcionários a serviço da Caminhos da Serra Gaúcha (CSG), concessionária que gere a rodovia estadual, sem diálogo ou aviso prévio aos comerciantes.
A CSG assumiu a concessão da rodovia ERS-122 em fevereiro de 2023. Além disso, os profissionais autônomos reclamam da falta de diálogo por parte da concessionária sobre o motivo da ação e, também, da maneira como foi executada. “Não tentaram conversar com a gente para dar alternativas para evitar o que aconteceu e nem um prazo para retirar as bancas”, comenta João Cláudio Nunes, um dos vendedores que teve sua banca de frutas destruída.
“Os trabalhadores da CSG vieram aqui com a máquina escavadeira e derrubaram as bancas sem avisar ninguém. Os funcionários disseram que se não fizessem isso seriam demitidos”, complementou. Nunes atua na ERS-122 há 25 anos.
Desde a derrubada, o vendedor aponta que deixa de lucrar diariamente cerca de R$ 200, que se somam ao custo dos produtos que deixa de vender. Por causa disso, sua mercadoria está armazenada na casa de um amigo que possui câmara fria. No entanto, as frutas têm prazo de validade de, no máximo, uma semana para o consumo. Logo após isso, terão que ser descartadas. “Hoje tive que ir para a roça, mas tem dias que tem trabalho e outros em que não tem. Eu tenho três filhas para sustentar”, salienta.
O município de Bom Princípio é conhecido por ser a "terra do moranguinho". Além da fruta, são vendidas nas bancas mel, geleia, pêssego, uva, milho e bergamota, entre outros produtos. “Comprei a minha casa financiada com este trabalho. Queremos continuar aqui. Tem gente que está nesta estrada há 20 e 25 anos”, complementa o vendedor autônomo.
Outra categoria impactada com a remoção das bancas na beira da ERS-122 são os produtores das frutas de Bom Princípio e São Sebastião do Caí. O comércio nas estradas representa 30% a 40% do fornecimento de ambos os municípios, segundo o prefeito de Bom Princípio, Fábio Persch (PSDB). 
Agora, a prefeitura está buscando abrir um canal de comunicação com a concessionária Caminhos da Serra Gaúcha. “Eu tentei contato com o presidente da CSG. com quem sempre tive um diálogo respeitoso, mas até o momento não tive nenhum retorno”, comenta Persch. “Após conseguirmos contato com a concessionária iremos nos reunir com todos os prejudicados, não só vendedores, mas também os produtores para avaliar alternativas para a situação“, promete o prefeito. O vendedor Nunes acrescenta: “São cerca de 30 produtores que dependem de nós. E nós dependemos deles também”.
Presidindo a Comissão dos Direitos Humanos na Assembleia Legislativa o deputado estadual Adão Pretto (PT) encaminhou na sexta-feira (12) um ofício ao gabinete do governador Eduardo Leite (PSDB) pedindo providencias sobre o assunto. “São 21 famílias afetadas e isso é inaceitável. Então, nós queremos esclarecimentos por parte do Governo do Estado, por ser tratar de uma (rodovia) RS”, aborda. 
A concessionária CSG se posicionou sobre a situação por meio de uma nota: "A CSG informa que cumpre o contrato de concessão, administrando a faixa de domínio, prezando sempre pela segurança dos usuários das rodovias por ela administradas e que estuda medidas para mitigar situações similares à ocorrida”.

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