Situações como desemprego, redução de salários e fechamento de negócios devido a pandemia gerada pela Covid-19 afetaram a vida financeira da população de forma ampla. Segundo pesquisa realizada pelo Instituto de Estudos de Protesto do Rio Grande do Sul (Iepro-RS), para enfrentar as consequências da pandemia, a redução de gastos foi a alternativa para quase 80% dos gaúchos nos últimos meses.
O Iepro reúne 298 Cartórios de Protesto do Estado com o objetivo de promover estudos, debates e pesquisas, entre outras atividades. De acordo a levantamento da entidade, o impacto financeiro foi ainda maior para quem não tinha o hábito de guardar dinheiro para emergências. Seis em cada 10 gaúchos não possuíam a chamada “reserva financeira” antes da pandemia, de acordo com o Iepro. Para 37% dos entrevistados, o maior medo, neste momento, é acumular muitas dívidas e não conseguir pagá-las.
Perder o emprego ou ficar sem renda é uma preocupação para 29% das pessoas e mudar o padrão de vida (ter que gastar menos, comprar bens mais baratos, mudar planos e viajar menos) para 25% dos respondentes, aponta o estudo. Ser ser despejado por não pagar o aluguel é a grande preocupação de outros 9%.
“A orientação é sempre ter uma reserva de emergência para conseguir cumprir com as obrigações financeiras, mas, se isso não for possível, é importante lembrar de priorizar as contas com mais juros”, recomenda o presidente do Iepro-RS, Romário Pazutti Mezzari.
Apesar dos problemas financeiros que a pandemia trouxe para a maioria dos gaúchos, 9 em cada 10 entrevistados estão otimistas e acreditam que a vida financeira vai melhorar nos próximos seis meses.
“Essa positividade é importante para a retomada da economia. Os gaúchos acreditam que, daqui pra frente, os negócios vão melhorar e que a vida financeira, aos poucos, será estabilizada”, conclui Mezzari.
A pesquisa foi realizada presencialmente, respeitando as orientações de saúde, com 748 pessoas, de todas as classes sociais e ambos os sexos, acima de 18 anos, entre os dias 04 e 24 de agosto de 2020. 44% dos entrevistados conhecem alguém próximo (colega/familiar/amigo) que teve o novo coronavírus. 54% deles não conhecem ninguém. Apenas 2% responderam que contraíram a doença.