Após receber um documento com reivindicações dos moradores do bairro Menino Deus, em Porto Alegre, o governo do Estado promete reavaliar a transferência da Escola de Bombeiros e de uma unidade da corporação para o Centro Estadual de Treinamento Esportivo (Cete), localizado na região. O chefe da Casa Civil gaúcha, Cleber Benvegnú, comprometeu-se a verificar com a Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP) se há possibilidade de fazer a mudança da corporação para outro lugar.
O presidente da Associação dos Moradores do Bairro Menino Deus (Assamed), José Paulo de Oliveira Barros, diz que espaços ociosos pertencentes ao Estado ou ao município, poderiam ser usados para acomodar os bombeiros. "Um deles é uma área de mais de 24 hectares no Porto Seco, que já tem previsão no Plano Diretor da cidade de destinação específica para bombeiros e Brigada Militar", revela.
Barros acredita que a população da Zona Norte ficaria satisfeita em receber os bombeiros, uma vez que representaria incremento na sensação de segurança. A deputada estadual Regina Becker Fortunati (PTB), que mediou a reunião com os moradores, acrescenta que a área não envolve o complexo onde ocorrem as atividades relativas ao Carnaval e que facilitaria o trabalho da corporação, uma vez que é rodeado de vias largas que permitem melhor fluxo.
Na terça-feira, foi aprovado pela Comissão de Assuntos Municipais da Assembleia Legislativa requerimento de autoria da deputada Regina para que seja convocada uma audiência pública para debater a reestruturação do Cete. Ainda não há data para a reunião, mas, conforme a parlamentar, é possível que ocorra no dia 18 de junho.
"Há uma comoção geral dos moradores da região, principalmente das pessoas de terceira idade. Aquele espaço tem uma função que vai além da prática de esportes: é onde as pessoas mantêm vínculos de afeto, proximidade e parceria", observa Regina. Ela ressalta que há muitos frequentadores do centro que já são viúvos ou viúvas e moram sozinhos, sendo, assim, necessário um espaço de convivência como o Cete. "Em nenhum momento o governo do Estado foi conversar com as pessoas, isso foi imposto à comunidade", critica a deputada.