De acordo com o MP, os mandados expedidos pela Justiça de Ijuí envolvem endereços de 16 municípios gaúchos: Ijuí, Santo Augusto, Chiapetta, Independência, Bagé, Dom Pedrito, Augusto Pestana, Nova Ramada, Ajuricaba, Coronel Bicaco, Manoel Viana, Santiago, São Francisco de Assis, Derrubadas, São Luiz Gonzaga e Jóia.
A ação, batizada de Operação Cotrijui, investiga crimes que, supostamente, vêm sendo cometidos por uma organização criminosa que integra os quadros da Cooperativa, dentre os quais se incluem apropriação de grãos pertencentes aos cooperados, adulterações de documentos e uma série de fraudes destinadas à obtenção de proveito econômico em prejuízo da instituição.
Entenda o caso
Na contramão de outras cooperativas agrícolas que entraram em liquidação judicial e venceram a crise, a Cotrijui enfrenta dificuldades financeira ao menos desde 2013, quando entrou em autoliquidação.
De acordo com Kredens, em despacho publicado na terça-feira, um grupo econômico composto por quatro sociedades empresariais e controlado pela cooperativa estaria sendo utilizado pela Cotrijui "com abuso da personalidade jurídica, confusão patrimonial e desvio de finalidade, com o intuito de fraudar credores, havendo prova, inclusive, de que as sociedades empresariais já estariam inativas".
Diante da crise nas finanças da Cotrijui, um grupo de agricultores chegou a afirmar que ocuparia a sede da cooperativa caso os produtores que depositaram grãos nos armazéns gerais não recebessem os valores em atraso há cerca de três meses. Em entrevista ao
Jornal do Comércio, o presidente da cooperativa, Eugênio Frizzo,
alegou que a elevação do valor da dívida é fruto da descoberta de fraudes e irregularidades em gestões passadas, o que levou a atualização do passivo em quase 100%.