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Cultura

- Publicada em 31 de Janeiro de 2018 às 17:58

Curador do Queermuseu lança financiamento coletivo para levar mostra ao Rio

Parque Lage deve receber integralmente a mostra cancelada em Porto Alegre

Parque Lage deve receber integralmente a mostra cancelada em Porto Alegre


RIOTUR/DIVULGAÇÃO/JC
Cristiano Vieira
É no belo cenário da Cidade Maravilhosa que a exposição Queermuseu, interrompida abruptamente em setembro passado em Porto Alegre, será remontada a partir de maio deste ano, no Parque Lage. Um crowdfunding no site benfeitoria.com, no ar desde quarta-feira, pede R$ 690 mil para a tarefa - com prazo para as doações até 29 de março, é bem provável que o montante seja alcançado: em poucas horas no ar, o site recebeu R$ 16 mil em contribuições. O objetivo é resgatar integralmente Queermuseu, com as 260 obras de 85 artistas.
É no belo cenário da Cidade Maravilhosa que a exposição Queermuseu, interrompida abruptamente em setembro passado em Porto Alegre, será remontada a partir de maio deste ano, no Parque Lage. Um crowdfunding no site benfeitoria.com, no ar desde quarta-feira, pede R$ 690 mil para a tarefa - com prazo para as doações até 29 de março, é bem provável que o montante seja alcançado: em poucas horas no ar, o site recebeu R$ 16 mil em contribuições. O objetivo é resgatar integralmente Queermuseu, com as 260 obras de 85 artistas.
Gaudêncio Fidélis, curador da exposição desde seu início, segue na luta por trazer de volta Queermuseu. "A nossa ideia é remontá-la em sua totalidade, claro que respeitando as características do novo local. Por enquanto não há empecilho algum para isso. Devemos manter todos os artistas", conta ele, por telefone, diretamente da capital carioca.
Fidélis destaca que a escolha por uma plataforma de financiamento coletivo como o crowdfunding, sem patrocinadores ou investidores privados, decorre da aceitação positiva que o tema recebeu por boa parte da opinião pública brasileira e da comunidade cultural. "O crowdfunding tem essa sintonia: você contribui para algo que acredita. Ele é adequado neste momento de retomada da exposição", avisa ele.
O curador salienta que, desde que a polêmica sobre a censura na arte começou, no ano passado, não faltaram sinais de apoio. Ele cita o abaixo-assinado feito logo após o encerramento da mostra, com 70 mil nomes, pedindo a reabertura da exposição em Porto Alegre.
Queermuseu também ganhou respaldo da academia: foi tema da prova de redação deste ano do processo seletivo da Universidade de São Paulo (USP). "Percebemos que há uma vontade de parte da população em ver a exposição. É um debate importante que se instaurou no Brasil sobre censura desde o ano passado", avalia Fidélis.
A exposição será aberta em maio de 2018, desde que a campanha seja bem-sucedida. Fidélis salienta que serão respeitadas, institucionalmente, as adequações etárias propostas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). "O estatuto não impõe censura conforme a idade, e nem exige classificação indicativa para exposições. O que estamos pensando é, talvez, um aviso de esclarecimento", antecipa.
Apesar da posição contrária do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, sobre o tema (ele chegou a proibir uma possível remontagem no Museu de Arte do Rio - MAR), o belo Parque Lage, desde o início, se mostrou aberto à ideia.
O parque origina-se do Engenho de Açúcar Del Rei, situado às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas. O entorno compreende 348 mil metros quadrados de floresta nativa da Mata Atlântica, nas encostas do Maciço do Corcovado. Lá funciona a Escola de Artes Visuais (EAV), que dispõe de uma biblioteca e auditório com capacidade para 150 pessoas.
Queermuseu irá ocupar as Cavalariças do Parque Lage, antigas construções que precisam de ajustes, incluindo climatização e desumidificação do espaço, adaptação de paredes e outras melhorias. A obra, incluída no orçamento do crowdfunding, é necessária para receber as obras com segurança.
As contribuições começam a partir de R$ 20,00 (direito a ter o nome impresso no catálogo da mostra e receber a arte digital com a identidade visual da campanha), passam por R$ 50,00 (direito a visitar, antes da abertura, a exposição), R$ 80,00 (recebimento do cartaz da exposição cancelada em Porto Alegre e nome nos créditos do catálogo), até contribuição mais polpudas, de R$ 10 mil e R$ 50 mil.
As contribuições ocorrem pelo site benfeitoria.com/queermuseu. Fidélis está otimista, apostando no sucesso da iniciativa. Desde que a primeira mostra foi cancelada, a rotina do gaúcho de 52 anos mudou radicalmente. Foram mais de 160 entrevistas para veículos brasileiros e internacionais, artigos em jornais e revistas, participações em congressos, eventos e na mídia em geral. "O objetivo é continuar esse debate, algo exigido pela própria sociedade brasileira", completa ele.
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