Patricia Knebel
A missão da Eirene Solutions de desenvolver soluções para o mercado agrícola aliando tecnologias e métodos de preservação ambiental deve se concretizar em breve. A startup vai começar a comercializar no primeiro semestre de 2018 um bico com câmera e acionamento elétrico que pode ser adaptado a qualquer pulverizador tradicional. O grande benefício é o controle mais preciso dos agroquímicos aplicados, gerando economia em todas as etapas do processo.
O bico tecnológico, entretanto, deverá ser apenas a primeira etapa da inovação que a empresa, incubada na Raiar, no Tecnopuc, pretende levar ao campo. A grande atração do seu portfólio, e que ainda está em fase de desenvolvimento, é o EiRobot, um robô pulverizador voltado para pequenos e médios produtores.
O sistema é totalmente autônomo, teleoperado e possui recursos de pulverização seletiva, que se utiliza da análise de imagens para que a aplicação do agroquímico seja mais eficiente. O equipamento tem cerca de 1,6 metros de altura, quatro rodas e capacidades de 200 e 800 litros. "O braço de pulverização é mais leve, o que reduz o amassamento quando ele entra na área plantada", explica o CEO da empresa, Eduardo Marckmann. O robô possui sensores nas barras e pequenas câmeras em cada bico.
O empreendedor comenta que os pulverizadores tradicionais costumam jogar os produtos de forma aleatória. Já o EiRobot é mais preciso, o que gera uma economia de 50% a 90% do agroquímico usado, reduzindo custos e os danos ao meio ambiente. Enquanto um pulverizador tradicional custa entre R$ 800 mil e R$ 1 milhão, o EiRobot deverá sair pela metade deste valor. Além disso, como é um produto fabricado no Brasil, poderá ser financiado pelos produtores via Finame e tem custo operacional menor.
A Eirene recebeu investimentos de R$ 600 mil para o desenvolvimento da tecnologia do robô e está em negociações com alguns fundos para tentar obter mais R$ 1 milhão. Outro foco é a busca de parceiros que tenham um unidade industrial com capacidade para a produção.