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Crise política

- Publicada em 17 de Março de 2016 às 22:38

Câmara elege comissão do impeachment

 Partidos indicam nomes para comissão do impeachment na camara foto Fabio Rodrigues Pozzebom Agência Brasil

Partidos indicam nomes para comissão do impeachment na camara foto Fabio Rodrigues Pozzebom Agência Brasil


FABIO RODRIGUES POZZEBOM/ABR/JC
Em uma sessão tumultuada, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quinta-feira, por 433 votos contra 1, a lista dos 65 deputados que irão compor a comissão especial para discutir o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT).
Em uma sessão tumultuada, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quinta-feira, por 433 votos contra 1, a lista dos 65 deputados que irão compor a comissão especial para discutir o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT).
Ao todo, 24 partidos indicaram deputados para a comissão, na proporção do tamanho de suas bancadas na Câmara. Embora, no papel, o governo tenha maioria; na prática, há uma divisão equilibrada entre apoiadores e adversários de Dilma, com tendência de o grupo pró-impeachment crescer nos próximos dias. No até agora aliado PMDB, por exemplo, 3 das 8 cadeiras serão ocupadas por deputados declaradamente favoráveis à destituição da petista.
Na sessão, houve bate-boca, provocações e coros simultâneos contra e a favor de Dilma. A oposição levou fitas verde e amarelo e cartazes vermelhos com a inscrição "Impeachment já". Petistas levaram cartazes com a foto de Dilma e os dizeres "não vai ter golpe".
Entre os aprovados para a comissão está o ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf (PP), recentemente condenado a três anos de prisão pela Justiça francesa sob a acusação de chefiar uma quadrilha de lavagem de dinheiro desviado de obras públicas no Brasil.
Governo e base aliada também chegaram a um acordo sobre o nome de seu candidato para presidir a comissão do impeachment: Rogério Rosso (PSD). Para relator, foi escolhido o líder do PTB, Jovair Arantes, um dos principais aliados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que é adversário declarado do governo. Rosso tem bom trânsito com todos os partidos e é ligado ao ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD), que tem, até agora, se mantido fiel a Dilma.
Após ser instalada, a comissão terá um prazo de funcionamento de até 15 sessões do plenário da Câmara são 10 sessões para a apresentação da defesa de Dilma e mais cinco para a votação do relatório. A palavra final será dada pelo plenário da Câmara, em votação aberta e com chamada no microfone.
O Senado é autorizado a abrir o processo de impeachment caso pelo menos 342 dos 512 deputados votem nesse sentido Cunha não participa dessa votação. Caso o Senado abra o processo, Dilma é automaticamente afastada do cargo.
A previsão é que a votação final na Câmara ocorra entre a segunda quinzena de abril e a primeira de maio. Eduardo Cunha prevê que o processo de impeachment deve ser julgado pelo plenário da Câmara em 45 dias, mas ponderou que esse prazo pode ser até menor. No que depender dele, o impeachment tramitará da forma mais célere possível. O peemedebista prometeu estar presente na Casa todas as segundas e sextas-feiras para que sua presença ajude a alcançar o quórum mínimo de 51 deputados necessário para abrir uma sessão e, assim, possa ser contabilizada para os prazos.
A presidenta Dilma foi notificada ainda na quinta-feira à noite sobre a eleição da comissão especial de impeachment. O primeiro-secretário da Câmara, deputado Beto Mansur (PRB-SP), entregou o documento ao subsecretario de assuntos legislativos do Planalto.
Veja a lista dos integrantes da comissão:
PMDB
  • João Marcelo Souza (MA)
  • Altineu Côrtes (RJ)
  • Leonardo Picciani (RS)
  • Lúcio Vieira Lima (BA)
  • Mauro Mariani (SC)
  • Osmar Terra (RS)
  • Valternir Pereira (MT)
  • Washington Reis (RJ)
PTB
  • Benito Gama (BA)
  • Jovair Arantes (GO)
  • Luiz Carlos Busato (RS)
DEM
  • Elmar Nascimento (BA)
  • Mendonça Filho (PE)
  • Rodrigo Maia (RJ)
PRB
  • Jhonatan de Jesus (RR)
  • Marcelo Squassoni (SP)
PSC
  • Eduardo Bolsonaro (SP)
  • Marco Feliciano (SP)
SD
  • Fernando Francischini (PR)
  • Paulinho da Força (SP)
PEN
  • Junior Marreca (MA)
PHS
  • Marcelo Aro (MG)
PTN
  • Bacelar (BA)
PT
  • Arlindo Chinaglia (SP)
  • Henrique Fontana (RS)
  • José Mentor (SP)
  • Paulo Teixeira (SP)
  • Pepe Vargas (RS)
  • Vicente Candido (SP)
  • Wadih Damous (RJ)
  • Zé Geraldo (PA)
PR
  • Edio Lopes (RR)
  • José Rocha (BA)
  • Maurício Quintella Lessa (AL)
  • Zenaide Maia (RN)
PSD
  • Júlio Cesar (PI)
  • Marcos Montes (MG)
  • Paulo Magalhães (BA)
  • Rogério Rosso (DF)
PROS
  • Eros Biodini (MG)
  • Ronaldo Fonseca (DF)
PCdoB
  • Jandira Feghali (RJ)
PSDB
  • Bruno Covas (SP)
  • Carlos Sampaio (SP)
  • Jutahy Junior (BA)
  • Nilson Leitão (MT)
  • Paulo Abi-Ackel (MG)
  • Shéridan (BA)
PSB
  • Bebeto (BA)
  • Danilo Forte (CE)
  • Fernando Coelho Filho (PE)
  • Tadeu Alencar (PE)
PPS
  • Alex Manente (SP)
PV
  • Evair de Melo (ES)
PDT
  • Flavio Nogueira (PI)
  • Weverton Rocha (MA)
P-Sol
  • Chico Alencar (RJ)
PTdoB
  • Silvio Costa (PE)
PMB
  • Weliton Prado (MG)
Rede
  • Aliel Machado (PR)
PP
  • Aguinaldo Ribeiro (PB)
  • Jerônimo Goergen (RS)
  • Júlio Lopes (RJ)
  • Paulo Maluf (SP)
  • Roberto Brito (BA)

Oposição planeja sessões extras para acelerar processo

Para acelerar o andamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), partidos de oposição anunciaram que vão se organizar para dar quórum na Câmara dos Deputados às sextas e segundas-feiras, dias em que tradicionalmente não há trabalhos na Casa. Segundo os líderes partidários, será montado um esquema de rodízio entre os parlamentares para garantir a abertura de sessões com o quórum mínimo de 51 presentes. "Quem tem pressa é o povo brasileiro", justificou o líder do PSDB, Antonio Imbassahy.
Com a criação da comissão, a presidente da República terá 10 sessões para apresentar sua defesa. O relator terá outras cinco sessões para entregar um parecer. 
Os partidos de oposição estão empenhados agora em levar, o mais rápido possível, o julgamento ao plenário. Empolgados com a comissão, os parlamentares prometem pressionar para que os trabalhos sejam acelerados. "Não vamos brincar em serviço", disse o líder do DEM, Pauderney Avelino.
Em outra frente de atuação para afastar a petista do cargo, os oposicionistas anunciaram uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo a abertura de inquérito contra a presidente. Para a oposição, a petista pode ser enquadrada na prática de crimes de prevaricação, fraude processual e favorecimento pessoal ao nomear o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como ministro-chefe da Casa Civil. Se houver denúncia da PGR ao Supremo Tribunal Federal (STF), os oposicionistas acreditam que a petista poderá ser afastada.
Na tarde desta quinta-feira, eles lembraram que até o vice-presidente Michel Temer (PMDB) deixou de participar da cerimônia de posse mais cedo em sinal de desaprovação ao governo.