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Porto Alegre, segunda-feira, 21 de maio de 2018.

Jornal do Com�rcio

Internacional

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Am�rica Latina

Not�cia da edi��o impressa de 22/05/2018. Alterada em 21/05 �s 20h27min

Brasil e mais 13 pa�ses n�o aceitam resultado das elei��es na Venezuela

Com o triunfo, atual presidente seguirá no comando do país até 2025

Com o triunfo, atual presidente seguir� no comando do pa�s at� 2025


/JUAN BARRETO/AFP/JC
O Brasil, ao lado de outros 13 países que formam o chamado Grupo de Lima, afirmou que não reconhece o resultado da eleição na Venezuela, na qual o presidente Nicolás Maduro foi declarado vencedor no domingo.
Em nota emitida na manhã de ontem, os governos brasileiro e de Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia, expressaram que "não reconhecem a legitimidade do processo eleitoral que teve lugar na República Bolivariana da Venezuela, concluído em 20 de maio passado, por não estar em conformidade com os padrões internacionais de um processo democrático, livre, justo e transparente".
No documento, os países também concordam em reduzir o nível de suas relações diplomáticas com a Venezuela e que chamarão para consultas os embaixadores em Caracas. Além disso, ressaltaram o "aprofundamento da crise política, econômica, social e humanitária que deteriorou a vida" dos venezuelanos, resultando no intenso fluxo de imigrantes para regiões próximas.
O Grupo de Lima ainda lamentou a "grave situação humanitária na Venezuela" e disse que uma reunião com autoridades do país será convocada para tratar de imigração e saúde pública. O encontro deve ser realizado no Peru no começo de junho.
Os Estados Unidos também fizeram fortes críticas ao processo eleitoral venezuelano. O vice-presidente norte-americano, Mike Pence, afirmou ontem que a eleição foi "uma farsa", "nem livre, nem justa". Em comunicado, Pence disse que o resultado foi ilegítimo e é mais um revés para a "orgulhosa tradição democrática da Venezuela". O vice-presidente afirma em sua nota que os EUA não ficarão parados observando a miséria do povo venezuelano. "A América se posiciona contra a ditadura e com o povo da Venezuela", disse.
 

Com participa��o de 46% dos eleitores, vota��o � alvo de suspeitas de fraude

Ainda que o oposicionista Henry Falc�n liderasse as pesquisas realizadas antes da vota��o de domingo, a reelei��o de Nicol�s Maduro era dada como praticamente certa pelos analistas pol�ticos venezuelanos. O comparecimento �s sess�es eleitorais foi muito inferior ao visto nas elei��es anteriores. Apenas 46% dos eleitores participaram do pleito, que foi boicotado pelas principais frentes de oposi��o venezuelanas. Na �ltima vota��o presidencial, a presen�a foi de 79%.
O candidato derrotado n�o reconheceu o resultado. Falc�n disse que a elei��o n�o existiu e pediu uma nova vota��o. Com 92% das urnas apuradas, Maduro tinha 5,8 milh�es de votos (68%), contra 1,8 milh�o (21%) de seu advers�rio. O t�rmino do mandato est� previsto para 2025.
"Nunca antes um candidato havia ganho com 68% dos votos. Nocaute", foram algumas das primeiras palavras do presidente, que criticou as den�ncias da oposi��o, mas ofereceu um governo de unidade. Falc�n, por sua vez, se disse disposto a concorrer novamente em dezembro, data prevista para a disputa eleitoral at� a antecipa��o do processo por Maduro.
Falc�n denunciou mais de 900 irregularidades no processo. O principal oponente de Maduro reclamou da presen�a de postos de informa��o e controle chavistas a menos de 200 metros dos locais de vota��o. Tamb�m questionou o pagamento prometido pelo governo aos que registrassem seu voto nesses pontos por meio da "carteira da p�tria", um sistema de identifica��o criado para monitorar e, assim, estimular a participa��o de seu eleitorado. O registro tem 16 milh�es de pessoas.
"Prometeram 10 milh�es de bol�vares (US$ 12, pela cota��o do mercado negro, quatro vezes o sal�rio-m�nimo) a quem registrar seu votos nos 'pontos vermelhos'. N�o podemos vender nossa dignidade", reclamou Falc�n. Outro opositor, Javier Bertucci, que obteve 925 mil votos, fez den�ncias semelhantes.
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