Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.
Homem cansa e decide tapar buraco em avenida de Porto Alegre
Servente Gilmar Júnior diz que cansou de ver motoristas caírem no buraco na João Pessoa
FREDY VIEIRA/JC
Patrícia Comunello
Cansado de ver carros e motoqueiros caindo ou quase caindo em um buraco na avenida João Pessoa, próxima ao Centro Histórico e uma das mais movimentadas de Porto Alegre, o servente de obras Gilmar Nunes Silveira Júnior resolveu agir e tapar o buraco por conta própria.
Quer continuar lendo este e outros conteúdos sérios e de credibilidade?
Assine o JC Digital com desconto!
Personalize sua capa com os assuntos de seu interesse
Acesso ilimitado aos conteúdos do site
Acesso ao Aplicativo e versão para folhear on-line
Conteúdos exclusivos e especializados em economia e negócios
Cansado de ver carros e motoqueiros caindo ou quase caindo em um buraco na avenida João Pessoa, próxima ao Centro Histórico e uma das mais movimentadas de Porto Alegre, o servente de obras Gilmar Nunes Silveira Júnior resolveu agir e tapar o buraco por conta própria.
Gilmar Júnior encheu o carrinho da obra em que está trabalhando, que fica em frente à cratera, com caliça (resíduos de construção) e partiu para a solução. "Tô trabalhando e os carros passam e caem no buraco. A prefeitura não consegue mais fazer isto", conta o servente, sobre a demora do serviço público em resolver o problema.
A reação inusitada mostra o impacto que a proliferação de buracos em vias da Capital causa em moradores e quem trabalha. As pessoas enfrentam os obstáculos embarcados em seus veículos particulares, em táxis, transporte de aplicativos ou em ônibus e lotações e até andando.
> VÍDEOS JC: A história do servente que tapou buraco em Porto Alegre
O servente, que recebe R$ 350,00 por semana pelo trabalho na obra e não tem carteira assinada, lembra que, em um dia chuva, um motoqueiro quase caiu na cratera (tem cerca de um metro de comprimento). "O cara ficou brabo, parou, olhou para o buraco e começou a xingar", conta o rapaz, indignado com a cena. Foi a gota d'água para o servente entrar em ação. Na semana passada, Gilmar Júnior encheu os carrinhos do material, selecionou o que podia formar uma base melhor para o terreno e fez o serviço.
"Ficou bom, melhor do que o que tinha antes, mas se chover, vai abrir de novo", antevê o servente. Ele não usou pedaços maiores de tijolo para evitar que, quando ônibus ou outro carro passa, salte material na calçada atingindo pedestres.
Gilmar Júnior ganhou o reconhecimento dos vizinhos da obra onde trabalha, quase na esquina da João Pessoa a avenida Venâncio Aires. A vendedora Zaida Castro lembra que o buraco tem mais de três meses. "É um relaxamento. Não temos prefeito, nem governador, nem ninguém", desabafa Zaida. A solução para as vias cabe à prefeitura. "Ele (servente) foi um cavalheiro. Espero que surjam outros como ele", elogia a vendedora.
"Não é certo que fique fechando, mas tem de cuidar do próximo", conclui Gilmar Júnior, antes de retomar à jornada na obra no prédio em frente ao buraco agora tapado.