Curiosidade, entusiasmo, dúvida. São alguns dos sentimentos que rondam as criptomoedas, sendo a mais conhecida o bitcoin. Evento nesta terça-feira (24), às 19h, na sede do
Jornal do Comércio, em Porto Alegre, vai encarar este mundo e as novas possibilidades de uso da tecnologia, impacto nos negócios e as mudanças que elas podem e indicam promover. As inscrições já esgotaram.
Mas as pessoas vão poder acompanhar o evento pela transmissão ao vivo na página do JC no Facebook.
O tema Criptomoedas e livre geração de valor, que a cada dia ganha mais relevância, une JC e Conselho Regional de Economia (Corecon-RS) que leva pela primeira vez o Economia em Pauta, painel do conselho de classe, para o ambiente de um jornal.
O economista e pesquisador da Fundação de Economia e Estatística (FEE)
Guilherme Stein e o mestre em Informática Aplicada e consultor em modelo de negócios
Fausto Vanin são os convidados da sessão. A repórter do JC e colunista do Mercado Digital
Patricia Knebel vai coordenar o painel. Em reportagem do JC, Patricia comparou
o impacto do blockchain, a tecnologia por trás das criptomoedas, ao da internet.
Os dois palestrantes vão levar ao público visões sobre a arquitetura das moedas digitais, novos arranjos de transações que passam a ser possíveis e aplicação em segmentos e inserção de quem não acessa o sistema de valor, por exemplo, ou busca colocar em xeque os modelos vigentes. "O público vai poder questionar a profundar o conhecimento", avisa a colunista.
Stein adianta que dará uma visão rápida sobre como funcionam as moedas, com seu sistema de transferência de pessoa a pessoa - chamado peer-to-peer, que foi idealizado pelos criadores do bitcoin no fim dos anos 2000, logo após a derrocada dos mercados na crise de 2008. "Envia-se dinheiro de um país a outro sem usar o sistema bancário, sem pagar taxas, bem mais rápido", cita Stein. "Esta é a grande inovação e a força disruptiva desse sistema, mas há desafios e cuidados", atenta o economista.
A valorização ascendente - como o bitcoin, que chegou a mais de R$ 18,3 mil por BTC, subindo mais de 20% em 48 horas - gera questionamentos sobre o futuro e o que pode ainda ter de transformação. Hoje as transações de BTC
somam cerca de US$ 100 bilhões - mais de R$ 310 bilhões, com emissão de mais de 16 milhões de bitcoins, que é apenas uma das criptomoedas.
"Muitos comparam essa inovação com o boom das ponto.com (na área de tecnologia), no começo dos anos 2000. "Muitas delas quebraram, mas a tecnologia continuou, e aprendemos a usar. Será que o bitcoin é o negócio ou será o empreendimento que antecedeu a inserção correta da tecnologia no mercado?", provoca Stein.
Vanin aposta na mudança, que vai muito além de ser um canal de transações de compra e venda, mineração etc. "A criptomoeda tem a ver com empreendedorismo de impacto. Vou falar muito disso, levar exemplos. No Rio Grande do Sul,
temos o Pila", cita o consultor. Para o mestre em Informática, o blockchain cria oportunidades em saúde, mobilidade, na produção e em transações internacionais.
"Muitas comunidades que não têm acesso ao sistema financeiro tradicional passam a gerar valor. Como o Pila, cujo lastro é o voluntariado, que é aceito e motiva mais pessoas a se tornarem voluntárias", descreve Vanin. O que está por trás do blockchain é a confiança, completa. O avanço da tecnologia está na forma como os dados são armazenados, distribuídos na rede e como são acessados, com transparência e segurança. "Há mais dificuldade de alteração, pois uma transação é efeito de outra. Com esta segurança, gera-se confiança."