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Porto Alegre, quarta-feira, 04 de outubro de 2017. Atualizado �s 22h40.
Jornal do Com�rcio
Porto Alegre, quarta-feira, 04 de outubro de 2017. Atualizado �s 22h40.
Com um recorte inédito em museus da América Latina, o Santander Cultural (Sete de Setembro, 1.028) abriu suas portas para a primeira exposição queer realizada no Brasil. De origem inglesa, o termo é utilizado para designar pessoas que não seguem o padrão da heterossexualidade ou de gênero definido - notadamente gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros.
Queermuseu - Cartografias da diferença na América Latina tem mais de 270 obras (oriundas de coleções públicas e privadas) que percorrem o período histórico de meados do século XX até os dias de hoje. A iniciativa explora a diversidade de expressão de gênero e a diferença na arte e na cultura.
> Vídeo: mergulhe na mostra com o quadro Olha Só!, do colunista Ivan Mattos:
Com curadoria de Gaudêncio Fidélis, a mostra propõe um diálogo entre as obras e promove o questionamento entre realidade material e conceitual e seus desdobramentos. "Uma exposição queer, que busca não ditar ou prescrever regras, discute questões relativas à formação do cânone artístico e a constituição da diferença na arte. Para esta plataforma curatorial levei em conta aspectos artísticos, culturais e históricos de cada trabalho", afirma o curador.
A exposição, que adota um modelo de disposição não cronológica, mostra que a diversidade surge refletida no modelo artístico observada sob aspectos da variedade e da diferença. Pintura, gravura, fotografia, serigrafia, desenho, colagem, cerâmica, escultura e vídeo são apresentadas por meio de 85 artistas. Inclui nomes como Adriana Varejão, Ana Norogrando, Angelina Agostini, Antonio Caringi, Cândido Portinari, Fernando Baril, Hudinilson Jr., Lygia Clark, Leonilson, Nino Cais e Sandro Ka.
Os trabalhos buscam dar projeção à arte e à cultura por meio de questões artísticas que ultrapassam diversos aspectos da vida contemporânea, na constituição formal dos objetos, nos hábitos, nos costumes, na moda, na diversidade comportamental e geracional e na evolução da estética.
Queermuseu é, sobretudo, segundo Fidélis, uma exposição sobre diferenças e expressão de gênero. "A mostra leva mais longe a ideia de diversidade e de inclusão, em um momento em que preconceito, racismo e homofobia são mais discutidos que nunca", afirma. Para o superintendente executivo da Rede Sul do Santander, o termo diferença cai como uma luva para a trajetória do banco. "Nossa instituição resulta de mais 100 fusões realizadas ao longo de muitos anos. A diferença sempre fez parte da nossa história", conta Paulo Silva.
A produção artística e cultural queer ganha cada vez mais espaço em instituições culturais internacionais. Em 2010, Hide/Seek: Difference and Desire in American Portraiture, realizada pela National Portrait Gallery da instituição Smithsonian, em Washington, apresentou uma produção moderna e contemporânea. Já Ars Homo Erotica, vista no Museu Nacional da Polônia, em Varsóvia, percorreu um arco histórico da arte grega à contemporaneidade.
Recentemente, inaugurou na Tate Britan, em Londres, Queer British Art (1861-1967), com um conjunto de exposições de caráter histórico. O tema é essencial para entender a sociedade contemporânea. "Uma exposição é um espaço de conflito de ideias, de variadas crenças e é bom que seja assim, porque fomenta o diálogo", conclui Fidélis.
Serviço: Queermuseu - Cartografias da diferença na América Latina pode ser visitada a partir de amanhã, com entrada franca, até 8 de outubro, de terça-feira a domingo.
Artistas que fazem arte er�tica n�o s�o artistas e deveriam ser criminalizados. Essas obras s�o absurdas. N�o aconteceriam em pa�ses em que a igreja ainda cuida da pol�tica. E as mulheres em vez de ficar fora de casa, cuidam de suas fam�lias. Por isso os partidos evang�licos s�o a �nica solu��o para esse Brasil que est� virando um prost�bulo.
Arthur Steagall Cond�14/09/2017 22h30min
Um lixo apresentado a crian�as. Santander vilipendiando a honra das fam�lias, a pureza de nossas crian�as. Repudio essa pseudo intelectualidade a respeito desses temas nocivos e notadamente degradantes da civiliza��o.