Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Política

- Publicada em 11 de Abril de 2017 às 17:07

Sete gaúchos são alvos de inquéritos autorizados por Fachin na Lava Jato

Na lista: Padilha, Marco Maia, Maria do Rosário, Onyx, Yeda Crusius, Kasper e Marco Arildo da Cunha

Na lista: Padilha, Marco Maia, Maria do Rosário, Onyx, Yeda Crusius, Kasper e Marco Arildo da Cunha


Vagner Ribas/Arte/Fotos/Arquivo/JC
Sete gaúchos estão na lista de pedidos de abertura de inquéritos feitos pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), revelada pelo jornal Estado de S.Paulo na tarde desta terça-feira (11). No começo da noite, o STF liberou a lista oficialmente. 
Sete gaúchos estão na lista de pedidos de abertura de inquéritos feitos pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), revelada pelo jornal Estado de S.Paulo na tarde desta terça-feira (11). No começo da noite, o STF liberou a lista oficialmente
No grupo estão o ministro da Casa Civil, Eliseu Lemos Padilha (PMDB-RS), quatro deputados federais - Marco Maia e Maria do Rosário (PT), Onyx Lorenzoni (DEM) e Yeda Crusius (PSDB) - e os ex-diretores-presidentes da Trensurb Humberto Kasper e Marco Arildo Prates da Cunha. O Jornal do Comércio está buscando manifestação de cada um dos citados. Confira as notas dos investigados no fim do texto. 
Ao todo, a lista contém os nomes de nove ministros do governo Temer, 29 senadores e 42 deputados federais, entre eles os presidentes das duas Casas – como mostram as 83 decisões do magistrado do STF obtidas pelo jornal.
O grupo faz parte do total de 108 alvos dos 83 inquéritos que a Procuradoria-Geral da República (PGR) encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) com base nas delações dos 78 executivos e ex-executivos do Grupo Odebrecht, todos com foro privilegiado no STF. Os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff não aparecem nesse conjunto porque não possuem mais foro especial. O Estado teve acesso a despachos do ministro Fachin, assinados eletronicamente no dia 4 de abril.
Também serão investigados no Supremo um ministro do Tribunal de Contas da União, três governadores e 24 outros políticos e autoridades que, apesar de não terem foro no tribunal, estão relacionadas aos fatos narrados pelos colaboradores. As investigações que tramitarão especificamente no Supremo com a autorização do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato na Corte, foram baseadas nos depoimentos de 40 dos 78 delatores.
O presidente da República, Michel Temer (PMDB), é citado nos pedidos de abertura de dois inquéritos, mas a PGR não o inclui entre os investigados devido à “imunidade temporária” que detêm como presidente da República. O presidente não pode ser investigado por crimes que não decorreram do exercício do mandato.
Os crimes mais frequentes descritos pelos delatores são de corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, e há também descrições a formação de cartel e fraude a licitações. Os pedidos do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foram enviados no dia 14 de março ao Supremo. Ao todo, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhou ao STF 320 pedidos – além dos 83 pedidos de abertura de inquérito, foram 211 de declínios de competência para outras instâncias da Justiça, nos casos que envolvem pessoas sem prerrogativa de foro, sete pedidos de arquivamento e 19 de outras providências. Janot também pediu a retirada de sigilo de parte dos conteúdos. 
Confira a lista:
Os gaúchos
  • Ministro da Casa Civil Eliseu Lemos Padilha (PMDB-RS)
  • Deputado Federal Marco Maia (PT-RS)
  • Deputada Federal Maria do Rosário (PT-RS)
  • Deputado Federal Ônix Lorenzoni (DEM-RS)
  • Deputada Federal Yeda Crusius (PSDB-RS)
  • Humberto Kasper (ex-diretor-presidente da Trensurb)
  • Marco Arildo Prates da Cunha (ex-diretor-presidente da Trensurb)
Os outros
  • Senador da República Romero Jucá Filho (PMDB-RR)
  • Senador Aécio Neves da Cunha (PSDB-MG)
  • Senador da República Renan Calheiros (PMDB-AL)
  • Ministro da Ciência e Tecnologia Gilberto Kassab (PSD)
  • Senador da República Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE)
  • Deputado Federal Paulinho da Força (SD-SP)
  • Deputado Federal Carlos Zarattini (PT-SP)
  • Deputado Federal Rodrigo Maia (DEM-RM), presidente da Câmara
  • Deputado federal João Carlos Bacelar (PR-BA)
  • Deputado federal Milton Monti (PR-SP)
  • Governador do Estado de Alagoas Renan Filho (PMDB)
  • Ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República Wellington Moreira Franco (PMDB)
  • Ministro da Cultura Roberto Freire (PPS)
  • Ministro das Cidades Bruno Cavalcanti de Araújo (PSDB-PE)
  • Ministro das Relações Exteriores Aloysio Nunes Ferreira (PSDB)
  • Ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços Marcos Antônio Pereira (PRB)
  • Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Blairo Borges Maggi (PP)
  • Ministro de Estado da Integração Nacional, Helder Barbalho (PMDB)
  • Senador da República Paulo Rocha (PT-PA)
  • Senador Humberto Sérgio Costa Lima (PT-PE)
  • Senador da República Edison Lobão (PMDB-PA)
  • Senador da República Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)
  • Senador da República Jorge Viana (PT-AC)
  • Senadora da República Lidice da Mata (PSB-BA)
  • Senador da República José Agripino Maia (DEM-RN)
  • Senadora da República Marta Suplicy (PMDB-SP)
  • Senador da República Ciro Nogueira (PP-PI)
  • Senador da República Dalírio José Beber (PSDB-SC)
  • Senador da República Ivo Cassol
  • Senador Lindbergh Farias (PT-RJ)
  • Senadora da República Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)
  • Senadora da República Kátia Regina de Abreu (PMDB-TO)
  • Senador da República Fernando Afonso Collor de Mello (PTC-AL)
  • Senador da República José Serra (PSDB-SP)
  • Senador da República Eduardo Braga (PMDB-AM)
  • Senador Omar Aziz (PSD-AM)
  • Senador da República Valdir Raupp (PMDB-RO)
  • Senador Eunício Oliveira (PMDB-CE)
  • Senador da República Eduardo Amorim (PSDB-SE)
  • Senadora Maria do Carmo Alves (DEM-SE)
  • Senador da República Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN)
  • Senador da República Ricardo Ferraço (PSDB-ES)
  • Deputado Federal José Carlos Aleluia (DEM-BA)
  • Deputado Federal Daniel Almeida (PCdoB-BA)
  • Deputado Federal Mário Negromonte Jr. (PP-BA)
  • Deputado Federal Nelson Pellegrino (PT-BA)
  • Deputado Federal Jutahy Júnior (PSDB-BA)
  • Deputado Federal Felipe Maia (DEM-RN)
  • Deputado Federal Jarbas de Andrade Vasconcelos (PMDB-PE)
  • Deputado Federal Vicente “Vicentinho” Paulo da Silva (PT-SP)
  • Deputado Federal Arthur Oliveira Maia (PPS-BA)
  • Deputado Federal Paulo Henrique Lustosa (PP-CE)
  • Deputado Federal José Reinaldo (PSB-MA), por fatos de quando era governador do Maranhão
  • Deputado Federal João Paulo Papa (PSDB-SP)
  • Deputado Federal Vander Loubet (PT-MS)
  • Deputado Federal Rodrigo Garcia (DEM-SP)
  • Deputado Federal Cacá Leão (PP-BA)
  • Deputado Federal Celso Russomano (PRB-SP)
  • Deputado Federal Dimas Fabiano Toledo (PP-MG)
  • Deputado Federal Pedro Paulo (PMDB-RJ)
  • Deputado federal Lúcio Vieira Lima (PDMB-BA)
  • Deputado Federal Paes Landim (PTB-PI)
  • Deputado Federal Daniel Vilela (PMDB-GO)
  • Deputado Federal Alfredo Nascimento (PR-AM)
  • Deputado Federal Zeca Dirceu (PT-SP)
  • Deputado Federal Betinho Gomes (PSDB-PE)
  • Deputado Federal Zeca do PT (PT-MS)
  • Deputado Federal Vicente Cândido (PT-SP)
  • Deputado Federal Júlio Lopes (PP-RJ)
  • Deputado Federal Fábio Faria (PSD-RN)
  • Deputado Federal Heráclito Fortes (PSB-PI)
  • Deputado Federal Beto Mansur (PRB-SP)
  • Deputado Federal Antônio Brito (PSD-BA)
  • Deputado Federal Décio Lima (PT-SC)
  • Deputado Federal Arlindo Chinaglia (PT-SP)
  • Ministro do Tribunal de Contas da União Vital do Rêgo Filho
  • Governador do Estado do Rio Grande do Norte Robinson Faria (PSD)
  • Governador do Estado do Acre Tião Viana (PT)
  • Prefeita Municipal de Mossoró/RN Rosalba Ciarlini (PP), ex-governadora do Estado
  • Valdemar da Costa Neto (PR)
  • Luís Alberto Maguito Vilela, ex-Senador da República e Prefeito Municipal de Aparecida de Goiânia entre os anos de 2012 e 2014
  • Edvaldo Pereira de Brito, então candidato ao cargo de senador pela Bahia nas eleições 2010
  • Oswaldo Borges da Costa, ex-presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais/Codemig
  • Senador Antônio Anastasia (PSDB-MG)
  • Cândido Vaccarezza (ex-deputado federal PT)
  • Guido Mantega (ex-ministro)
  • César Maia (DEM), vereador e ex-prefeito do Rio de Janeiro e ex-deputado federal
  • Paulo Bernardo da Silva, então ministro de Estado
  • Eduardo Paes (PMDB), ex-prefeito do Rio de Janeiro
  • José Dirceu
  • Deputada Estadual em Santa Catarina Ana Paula Lima (PT-SC)
  • Márcio Toledo, arrecadador das campanhas da senadora Suplicy
  • Napoleão Bernardes, Prefeito Municipal de Blumenau/SC
  • João Carlos Gonçalves Ribeiro, que então era secretário de Planejamento do Estado de Rondônia
  • advogado Ulisses César Martins de Sousa, à época Procurador-Geral do Estado do Maranhão
  • Rodrigo de Holanda Menezes Jucá, então candidato a vice-governador de Roraima, filho de Romer Jucá
  • Paulo Vasconcelos, marqueteiro de Aécio
  • Eron Bezerra, marido da senadra Grazziotin
  • Moisés Pinto Gomes, marido da senadora Kátia Abreu, em nome de quem teria recebido os recursos
  • Vado da Famárcia, ex-prefeito do Cabo de Santo Agostinho
  • José Feliciano
Manifestações dos gaúchos na lista:
Marco Maia (PT) enviou nota por sua assessoria de imprensa: "O deputado desconhece o teor das delações mentirosas feitas pelos delatores da Odebrecht. Repudia a divulgação seletiva e vazada de supostos depoimentos. Reafirma que todas as contribuições para as suas campanhas eleitorais foram realizadas dentro do que prevê a legislação eleitoral e declaradas ao Tribunal Superior Eleitoral e aprovadas sem nenhuma restrição. O deputado também já autorizou seu advogado para que adote as providências criminais cabíveis contra aqueles que se valem da delação para, imputando falsidades a terceiros, obterem benefícios para si, escapando de suas verdadeiras responsabilidades."
Onyx Lorenzoni (DEM) se manifestou pelo Twitter: "Sobre a lista. Não devo, não temo, não faço parte de lambança. Nem a este, nem a qualquer governo. Minha lealdade é a quem me elegeu e aos meus princípios. Estou surpreso, indignado, revoltado com essa citação que tem origem nas delações da Odebrecht. Tenho 24 anos de vida pública limpa e vai continuar limpa. Sempre me separei, através da abertura do meu sigilo fiscal, bancário, telefônico nas últimas quatro eleições. Sempre me separei dessa lambança que lamentavelmente tem aqui no Brasil. Pedi ao meu advogado, que está entrando no gabinete do ministro Fachin, para que tenha acesso ao autos. Quero ser investigado, não tô dando nota, estou dando a cara aqui porque não devo nada para ninguém. Quero que você confie e continue confiando. Sei de meus procedimentos. Nunca estive na sede da Odebrecht, nunca pedi dinheiro para Odebrecht... Não devo e não temo."
Maria do Rosário (PT) se manifestou pelo YouTube. "A medida é uma mera autorização do STF para apuração dos fatos sobre as delações da Odebrecht. No entanto a mera citação de meu nome me deixa indignada. Não me calarei frente a este episódio e não me afastarei um milímetro sequer das causas que acredito e que o nosso trabalho representa. Vou disponibilizar meus sigilos fiscal, bancário e telefônico ao STF tamanha é minha tranquilidade. Meu nome e minha vida não estão à disposição para serem enxovalhados por ninguém em nenhum lugar."
Yeda Crusius (PSDB) se manifestou pelo Facebook
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO