Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Economia

- Publicada em 29 de Dezembro de 2016 às 21:51

Lojistas ainda ignoram novas regras do cartão

Helena, da Ranny, sempre oferece 'gentilezas' nas vendas a débito

Helena, da Ranny, sempre oferece 'gentilezas' nas vendas a débito


CLAITON DORNELLES/JC
Carolina Hickmann
Em meio a trocas de presentes de Natal, o comércio de Porto Alegre parece ter deixado para depois a diferenciação na cobrança de preços conforme o tipo de pagamento. A Medida Provisória (MP) nº 764/16 foi publicada no Diário Oficial da União na última terça-feira, mas o comércio de Porto Alegre parece ainda estar absorto com o movimento que as comemorações de final de ano trazem.
Em meio a trocas de presentes de Natal, o comércio de Porto Alegre parece ter deixado para depois a diferenciação na cobrança de preços conforme o tipo de pagamento. A Medida Provisória (MP) nº 764/16 foi publicada no Diário Oficial da União na última terça-feira, mas o comércio de Porto Alegre parece ainda estar absorto com o movimento que as comemorações de final de ano trazem.
Na prática, de acordo com comerciantes, a alteração não traz grandes mudanças, mas divide opiniões de órgãos de proteção do consumidor, já que permitirá descontos para compras à vista, o que pode elevar o preço cobrado para quem pagar no cartão. A proprietária da Ranny da Rua da Praia, Helena Kim, não estava por dentro da nova possibilidade quando consultada pela reportagem, mas acredita tratar-se de algo positivo.
De acordo com o Sindilojas-RS, a MP vai ao encontro do interesse de lojistas e consumidores por flexibilizar a forma de cobrança. O presidente Paulo Kruse lembra que existem tarifas a serem pagas aos cartões por transação. Enquanto no grande lojista o percentual é de 1,5%, no pequeno lojista a cobrança pode variar de 3% a 5%. "A partir do momento em que a compra pode ser efetuada em dinheiro, o esperado de desconto é de 5% no pequeno lojista", orienta dirigente. Ele lembra que é critério de cada loja conceder maior ou menor desconto.
A maior parte dos clientes de Helena opta pela modalidade débito no momento da compra. Os descontos praticados em sua loja são de acordo com a possibilidade da empresa no momento. "Mesmo no débito a gente sempre dá uma gentileza", comenta a proprietária, que prefere se referir ao desconto dessa maneira por julgar mais apropriado. "Também somos consumidores, não é mesmo? Às vezes nos chateamos por não conseguirmos um descontinho", salienta.
Kruse argumenta que a medida irá beneficiar quem tiver mais jogo de cintura. "Os lojistas que oferecerem mais benefícios irão receber mais vantagens", afirma. Para ele, o momento é de negociação por não estarmos em pleno consumo. O gerente da loja Aduana, Mario Kretzkei, conta que a empresa estabelece um preço único, mas sempre negocia compras realizadas à vista. "Trabalhamos mais é com cartões", comenta. Eles esperam se adaptar à realidade da nova lei, mas acreditam que haverá tempo até o consumidor estar ciente, já que é uma medida recente. "O pessoal mais informado nem está na cidade", brinca a gerente da Rainha das Noivas, Lisete Bittencourt. Ela comenta que em sua loja descontos à vista já são uma prática, caso sejam solicitados pelo cliente. "Muda pouca coisa", comenta.
Na loja Gaston da Rua da Praia, ainda não há orientação de como proceder com a nova regra, de acordo com a gerente Rosemara Lucena. Ela acredita que nos próximos dias haverá a disseminação do assunto e, com isso, a mudança no comércio. Outra preocupação dos lojistas é acompanhada por Rosemara. "Com isso, automaticamente, vão saber que existe mais dinheiro em caixa", lembra, preocupada com a segurança.
O presidente do Sindilojas também mostra-se apreensivo com a questão da segurança. Na última semana de dezembro, um homem morreu em um assalto ao comércio da avenida Assis Brasil. "Estamos cobrando das autoridades, permanentemente, ações que visem coibir isso", alega Kruse. "Ou a segurança é ser reforçada ou teremos muitas lojas fechando", concluiu.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO