O ex-prefeito de Canoas Jairo Jorge (PT) tem negociado com o PDT a mudança de partido. Segundo o presidente estadual dos pedetistas, deputado federal Pompeo de Mattos, tanto a direção estadual quanto a nacional aprovou o convite ao ex-prefeito para ingressar no PDT. "No dia 6 de dezembro, teremos a convenção estadual do partido. Seria ótimo apresentá-lo como novo quadro do partido no encontro", ponderou Pompeo.
Jairo Jorge é um quadro cobiçado por ser um nome forte para concorrer ao Palácio Piratini em 2018, visto que sua gestão em Canoas chegou a ter 77,8% de aprovação, segundo pesquisa do Instituto Methodus, no final de 2015. O próprio petista já admitiu querer ser candidato ao governo do Estado.
Entretanto, o presidente do PDT gaúcho sustenta que "não há nenhuma pré-condição para ele ingressar no partido". Entretanto, reconhece que é um nome forte para uma possível candidatura a governador. "É um quadro muito qualificado. Mas ele tem que construir dentro da sigla essa situação (de candidato em 2018). Existe uma caminhada até chegar à candidatura", ponderou Pompeo.
Por outro lado, o presidente estadual do PT Ary Vanazzi acredita que a corrida ao Piratini em 2018 tem relação com a possível desfiliação do ex-prefeito de Canoas. "Acho que a questão eleitoral de 2018 tem bastante peso na decisão dele. Afinal, ele é um homem estrategista e sabe o que quer", avaliou Vanazzi.
O presidente estadual dos petistas lembrou ainda que o descontentamento de Jairo Jorge com o PT vem se desenrolando desde o ano passado, quando ele manifestou que se sentia "desprestigiado" pela própria legenda. Neste ano, ao apoiar a candidatura da vice-prefeita Beth Colombo (PRB), as divergências com o partido vieram à tona mais uma vez, por conta da coligação defendida por Jairo Jorge, envolvendo PRB, PT, PDT, PP, PSB, PCdoB, PROS, PPS, PSD, PV, PTC, PTN, PHS e SD.
"O descontentamento dele com o partido é um processo que vem de muito tempo. No ano passado, tivemos várias reuniões com ele. Mas, depois destas eleições, quando tínhamos uma posição contrária à política de alianças que ele defendia em Canoas, não tivemos mais nenhum encontro com ele", relatou Vanazzi.