Pela primeira vez, as lojas de shoppings centers e grandes redes varejistas, como as de materiais de construção e as de eletrônicos, irão baixar as cortinas somente às 23h59min da Black Friday, que acontece nesta sexta-feira, dia 25 de novembro, em Porto Alegre. O anúncio foi dado pelo Sindicato dos Lojistas (Sindilojas) da Capital, após acordo com o Sindicato dos Empregados do Comércio de Porto Alegre (Sindec-POA). Segundo o presidente da entidade patronal, Paulo Kruse, a estimativa é que as vendas aumentem 8% nesta data em relação ao mesmo período do ano passado.
Em 2015, o ticket médio na Capital foi de R$ 570,00, impulsionado, principalmente, pela venda de artigos de telefonia. "Mas no ano passado, não foi possível estender o horário até à meia-noite, porque na época o acordo com os representantes dos comerciários não avançou", recorda Kruse. Por questões de falta de segurança e transporte, no já tradicional dia de descontos o Sindec-POA manteve o horário máximo de até 22h, fixado pela convenção coletiva da entidade. O que contou para que as negociações evoluíssem foi a garantia dos lojistas de que serão pagas horas-extras com adicional em dobro (do valor do salário) para todos os funcionários que trabalharem até à meia-noite.
"Houve consulta junto aos comerciários de alguns estabelecimentos, como shoppings e redes varejistas, e se obteve uma convicção geral de que haverá um incremento nas vendas, que pode representar ganho salarial aos vendedores comissionados", observa o tesoureiro do Sindec-POA, Américo Cordeiro. Apesar do Sindilojas informar que as lojas de shopping e de rua podem funcionar até às 23h59min na Black Friday, a adesão das empresas que funcionam no Centro ou nos bairros será bastante baixa. "Não recebemos nenhuma notificação, e minha opinião é que, depois das 19h, é muito arriscado permanecer abertos", destaca a gerente da Ótica Carol, Eunice Maciel.
Além de não valer a pena, pois o movimento diminui em 95%, com poucas pessoas passando na rua, a falta de segurança para os funcionários irem para casa perto da meia-noite é grande, observa Eunice. Entre as garantias, a patronal também tenha se responsabilizado pelo deslocamento dos comerciários que trabalharem até este horário, em casos onde não haja transporte público. "Acho que nos casos das lojas de shoppings pode ser interessante, mas no Centro não vejo porque", opina a comerciária Thaiany Souto. "De fato, nas lojas de bairros há muitos problemas de segurança", concorda o tesoureiro do Sindec.
"Vamos trabalhar até no máximo às 20h", avisa a gerente da loja de calçados Famosa, Sirlei Pertuzzatti. O estabelecimento funciona na Rua dos Andradas, e está com descontos de até 50% desde segunda-feira, além da Black Friday.
Segundo o presidente do Sindilojas-POA, o comércio está enfrentando dificuldades, como a redução de 116 mil para 100 mil funcionários no varejo. "Como os próprios comerciários sabem, este é um esforço que estamos fazendo para incentivar uma melhora nas vendas", pontua Kruse. "Todo o ano o comércio vem investindo cada vez mais, inclusive em publicidade, para a Black Friday." Este ano, frisa o dirigente, muitas lojas se engajaram no evento, comprando produtos em quantidade maior e para vender por menos.
No Barra ShoppingSul, a Fnac é uma das lojas que ficará aberta até à meia-noite da madrugada de sexta-feira para sábado. Serão cerca de 15 mil produtos com descontos de até 90%. Em todo o Brasil, as filiais da empresa terão horário prolongado de funcionamento desde hoje (quinta-feira) até sábado, muitas delas abrindo mais cedo e fechando mais tarde. Também os hipermercados Big e Walmart iniciarão cedo os trabalhos desta Black Friday, erguendo as cortinas às 6h do dia 25.