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Rio-2016

- Publicada em 05 de Agosto de 2016 às 21:04

Abertura do Jogos Olímpicos mistura ritmos e exalta diversidade

Giselle Bündchen desfilou no Maracanã, ao som de Garota de Ipanema

Giselle Bündchen desfilou no Maracanã, ao som de Garota de Ipanema


OLIVIER MORIN/AFP/JC
A cerimônia de abertura dos Jogos Rio-2016, realizada na noite desta sexta-feira (5), exaltou uma das principais características do Rio de Janeiro: a combinação entre áreas verdes e urbanas. A cidade possui duas grandes reservas ambientais, a Floresta da Tijuca e o Parque Estadual da Pedra Branca, e imagens aéreas mostraram a proximidade desses espaços em um videoclipe com a música Aquele Abraço, cantada por Luiz Melodia, que o público acompanhou nos versos mais famosos.
A cerimônia de abertura dos Jogos Rio-2016, realizada na noite desta sexta-feira (5), exaltou uma das principais características do Rio de Janeiro: a combinação entre áreas verdes e urbanas. A cidade possui duas grandes reservas ambientais, a Floresta da Tijuca e o Parque Estadual da Pedra Branca, e imagens aéreas mostraram a proximidade desses espaços em um videoclipe com a música Aquele Abraço, cantada por Luiz Melodia, que o público acompanhou nos versos mais famosos.
O cantor Paulinho da Viola emocionou o público com uma interpretação do Hino Nacional em um palco inspirado nas formas do arquiteto Oscar Niemeyer. Ao violão, o cantor foi acompanhado por uma orquestra de cordas. A bandeira do Brasil foi hasteada pelo Comando de Policiamento Ambiental do Rio de Janeiro e 60 bandeiras foram carregadas por 50 atletas iniciantes e estrelas do esporte como Virna, Robson Caetano, Maureen Maggi e Flávio Canto.
A festa seguiu com uma homenagem ao "espírito da gambiarra", definido pelos organizadores como "o talento para fazer algo grande a partir de quase nada". Nessa parte da abertura, a arte geométrica brasileira foi homenageada, como referências a Athos Bulcão, geometria indígena, estampas africanas e azulejos portugueses. As duas mensagens mais importantes da cerimônia, a paz e a sustentabilidade, vieram logo em seguida, com a transformação do símbolo da paz em uma árvore.
Logo depois, a cerimônia voltou no tempo, ao nascimento das imensas florestas que cobriam o Brasil na chegada dos portugueses. Do começo da vida, a homenagem avança até a formação dos povos indígenas. A chegada dos europeus em caravelas, o desembarque forçado dos africanos escravizados e a migração de árabes e orientais ao país foi representada após, com pessoas que descendem de cada um desses grupos.
Grupos de parcour atravessaram o palco e pularam sobre telhados de prédios na parte da cerimônia que destacou a urbanização do Brasil contemporâneo, concentrada em grandes cidades. Ao som do clássico Construção, de Chico Buarque, acrobatas desafiaram as fachadas dos prédios e montaram uma parede, de trás da qual o avião 14 Bis saiu ao som de Samba do Avião, com um ator interpretando o inventor Santos Dumont.
O avião voou pelo Maracanã e a bossa nova continuou a dar o tom da festa com a exaltação das curvas do Rio de Janeiro, que inspiraram Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Oscar Niemeyer e o paisagista Roberto Burle Marx.
Giselle Bündchen interpretou a Garota de Ipanema e desfilou no Maracanã, enquanto Daniel Jobim, neto do maestro, tocava o clássico. Por onde passava, Giselle desenhava curvas que formavam obras de Niemeyer, como a Igreja da Pampulha e a Catedral de Brasília.
Depois de Ipanema, as favelas foram representadas com um show de ritmos como o samba e o funk, que reuniu as cantoras Elza Soares, que interpretou o Canto de Ossanha, e Ludmilla, com o RAP da Felicidade ao lado de dançarinos de passinho. O rapper Marcelo D2 e o cantor Zeca Pagodinho simularam um duelo de ritmos, representando a diversidade da música do Rio de Janeiro.
A partir daí, a importância dos negros na cultura brasileira ganhou destaque com as rappers Karol Conka e McSofia, de apenas 12 anos. Manifestações culturais como o maracatu, os bate-bolas e o bumba-meu-boi também dividiram o espaço no palco do Maracanã e o treme-treme, do Pará, foi representado pela Gang do Eletro.
A diversidade era representada no palco em tom de disputa até que a conciliação veio com Jorge Ben Jor e a frase: "Vamos procurar as semelhaças e celebrar as diferenças". O cantor foi a atração seguinte, com o sucesso País Tropical, dançado por mais de mil bailarinos do baile charme de Madureira, festa tradicional na zona norte do Rio de Janeiro.

Atletas de 206 países desfilam na abertura da Rio 2016

Giselle Bündchen desfilou no Maracanã, ao som de Garota de Ipanema

Giselle Bündchen desfilou no Maracanã, ao som de Garota de Ipanema


David Gray/Reuters/Agência Brasil/JC
Após mostrar com muita luz, cor e música a diversidade cultural do Brasil, a temática do espetáculo de abertura da Rio 2016 mudou e abordou as mudanças climáticas que o país e o mundo enfrentam. A emissão de gases de efeito estufa, o degelo dos polos, a elevação do nível do mar e o aumento da temperatura entraram em cena para alertar por um mundo mais sustentável.
Nessa parte da festa, as atrizes Fernanda Montenegro e Judy Dench recitaram o poema A Flor e a Náusea, enquanto telões apontavam o reflorestamento como um caminho.
Em seguida, começou o desfile dos 12 mil atletas de 207 delegações participantes dos jogos olímpicos. São 206 países e o time dos refugiados olímpicos.
O primeiro país a desfilar foi a Grécia, que tradicionalmente abre essa parte da cerimônia. Em, seguida, as delegações começaram a entrar em ordem alfabética. O público está aplaudindo de pé a entrada dos atletas. A delegação brasileira, anfitriã dos Jogos, será a última a entrar, com 465 atletas.
Todos os atletas que participam da cerimônia de abertura receberam uma semente ao entrar no campo. Essas sementes, de 207 espécies, serão plantadas no local em que hoje está instalado o Parque Radical, no Complexo Esportivo de Deodoro, onde será criada a Floresta do Atletas.

Nuzman diz que Rio é melhor lugar do mundo

Giselle Bündchen desfilou no Maracanã, ao som de Garota de Ipanema

Giselle Bündchen desfilou no Maracanã, ao som de Garota de Ipanema


David Gray/Reuters/Agência Brasil/JC
Após o desfile das 207 delegações participantes da Rio 2016, o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, disse que a experiência do Brasil em sediar a 31ª edição dos Jogos Olímpicos vai abrir espaço para que o evento possa chegar a outras regiões do mundo. “Lembrem-se, os filhos do Brasil não fogem à luta, são fortes. O Rio está orgulhoso de ser a capital olímpica do mundo, iluminado pela transformação que prometemos e entregamos”, disse.
Segundo Nuzman, o Rio é o melhor lugar do mundo no momento. “O Brasil recebe o mundo de braços abertos. Sou o homem mais orgulhoso vivo, sou orgulhoso da minha cidade, do meu país”.
O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, disse que o Brasil conseguiu organizar os Jogos mesmo enfrentando problemas políticos. "Todos devem estar muito orgulhosos esta noite. Vocês conseguiram em sete anos aquilo que gerações antes de vocês só puderam sonhar. Transformaram o Rio em uma cidade moderna e em uma cidade ainda mais bonita", disse.
Bach também agradeceu a presença dos atletas refugiados, que, segundo ele, passam uma mensagem de esperança ao mundo. "Vocês mandam uma mensagem de esperança às pessoas espalhadas pelo mundo. Tiveram que escapar de suas casas pois eram diferentes. Estão fazendo uma grande contribuição à sociedade. No mundo olímpico, nós não só toleramos a adversidade, mas damos as boas-vindas a algo que enriquece a nossa diversidade", disse Bach.
O ex-atleta queniano Kip' Keino, bicampeão olímpico em corridas de meio-fundo e presidente do Comitê Olímpico do Quênia foi homeageado com um prêmio olímpico pela contribuição ao esporte. Ele recebeu a homenagem das mãos do presidente do COI.

Maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima acende a chama olímpica

Pira olímpica foi a grande surpresa da cerimônia

Pira olímpica foi a grande surpresa da cerimônia


GABRIEL BOUYS/AFP/JC
A parte final da cerimônia foi marcada por uma performance conjunta de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Anitta, cantando Isso aqui é o que é, de Ary Barroso, e da apresentação das baterias das escolas de samba do Rio de Janeiro.
Chegava a hora do grande momento da abertura do jogos e ele ocorreu em grande estilo: a tocha olímpica, que viajou o país nos últimos meses, entrou no Maracanã nas mãos do ex-tenista Gustavo Kuerten. Após desfilar sob muitos aplausos, ele repassou a tocha à jogadora de basquete Hortência. A vencedora da medalha de prata com a seleção feminina em 1996 passou então a pira a Vanderlei Cordeiro de Lima, o maratonista que por uma injustiça histórica ficou apenas com o bronze nos jogos de 2004 em Atenas. Foi Vanderlei quem acendeu a pequena mas belíssima pira olímpica.
A chama vai ficar acesa até o final da Rio 2016.
Uma segunda chama será acesa no Boulevard Olímpico, localizado na região da Candelária, no centro do Rio de Janeiro. O local é um dos pontos de concentração do público na Rio 2016. Com reportagem da Agência Brasil.