O mercado formal de trabalho registrou em abril a perda de 62,844 mil postos com carteira assinada, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. Foi o 13º mês consecutivo de queda no nível do emprego. No mesmo período do ano passado, foram fechadas 97.828 vagas. Em 12 meses encerrados em abril, os desligamentos somam 1,825 milhão. O Rio Grande do Sul ficou em terceiro nos cortes, com 7,383 mil mais demissões que admissões em abril, na série sem ajustes.
Com exceção da administração pública e agricultura, houve demissões em todos os demais setores da economia. O comércio foi o campeão, com 30.507 cortes, seguido por construção civil, com saldo negativo de 16.036; industria da transformação, que fechou 15.982 vagas e serviços, com outros 9.937 postos.
Apesar de negativo, os dados indicam que o ritmo das demissões está começando a cair, segundo o especialista Rodolfo Torelly, do site especializado Trabalho Hoje. Ele mencionou que o resultado de abril ficou abaixo do registrado em janeiro, quando foram fechadas 99.694 vagas; de fevereiro, que teve saldo negativo de 104.582 postos e de março, outros 118.776 desligamentos.
"Ainda não dá para comemorar, mas o resultado pode indicar uma mudança de curva. Vamos esperar o próximo mês", disse Torelly.
O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira (PDT-RS), disse acreditar que o fundo do poço está perto e que a partir de julho, os resultados do emprego serão melhores. Para especialistas, ajustes já realizados pelos empregadores com a crise na economia e início de reversão de expectativas podem ter influído no resultado.