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Mendonça de Barros defende revisão do acordo da dívida com os estados
Temer seguirá rumo oposto ao de Dilma na economia, diz empresário
FREDY VIEIRA/JC
Patrícia Comunello
Um dos artífices do acordo que repactuou as dívidas dos estados com a União, o empresário, presidente do Conselho de Administração da Foton Caminhões/Aumark do Brasil e ex-ministro de Fernando Henrique Cardoso, Luiz Carlos Mendonça de Barros, defendeu ontem, em Porto Alegre, a reestruturação dos termos firmados entre 1996 e 1997. Barros apontou a medida como necessária para a gestão do vice-presidente Michel Temer, se ele vier a assumir a Presidência.
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Um dos artífices do acordo que repactuou as dívidas dos estados com a União, o empresário, presidente do Conselho de Administração da Foton Caminhões/Aumark do Brasil e ex-ministro de Fernando Henrique Cardoso, Luiz Carlos Mendonça de Barros, defendeu ontem, em Porto Alegre, a reestruturação dos termos firmados entre 1996 e 1997. Barros apontou a medida como necessária para a gestão do vice-presidente Michel Temer, se ele vier a assumir a Presidência.
Barros foi um dos operadores do acordo, por isso admitiu que "erros foram cometidos", mas ele se recusou a apontar quais. "Jurei sobre a foto da minha mãe que não falaria, pois repassei ao governo", despistou, sem precisar o que seria. Ele também informou que não tem aconselhado diretamente o vice-presidente, mas amigos próximos.
O ex-ministro, que foi o palestrante do Tá na Mesa da Federasul, elogiou a posição de Temer, que declarou que seu foco será a economia. "O que ele (Temer) fez correto é não deixar de lado a economia. O Temer percebeu que a Dilma caiu pela economia", relacionou o empresário. "O Temer tem de fazer o oposto de Dilma na economia", acrescentou sobre medidas para reativar a atividade. Para o empresário, os erros do governo petista de Dilma começaram em 2012. "A redução dos juros foi o pior remédio." Barros apontou a mudança de governo como condição necessária para corrigir os erros na condução da política macroeconômica.
O convidado, que veio ao Estado para tratar de detalhes da implantação da fábrica de caminhões com plataforma chinesa com investimento projetado em R$ 250 milhões em Guaíba, lembrou que estava à frente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) quando houve a renegociação, vinculada a privatizações de estatais. O acordo foi celebrado com o governador Antonio Britto (1995-1998). "Dava-se o dinheiro na frente com o compromisso do governador em privatizar, mas aqui não deu certo. Entrou o bigodudo (referência ao petista Olivio Dutra, governador de 1999 e 2002) e a coisa não andou", criticou o ex-ministro. "Foram cometidos erros que, de certa forma, geraram a crise de hoje. O governo federal terá de abrir o processo de discussão para corrigir."
Segundo Barros, não há saída sem a revisão, e considerou acertada a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), adiando o julgamento por 60 dias sobre o tipo de juro aplicado ao saldo devedor (simples ou capitalizado). O Estado é um dos postulante da regra simples, que reduz a conta. O STF deu liminar com a correção, mas o Supremo quer que União e estados cheguem a um consenso. O ex-ministro opinou que o correto é a capitalização.
Empresário quando se trata do empreendimento de fabricação de caminhões com plataforma chinesa, Barros assinou ontem, em Guaíba, a escritura da área de 150 hectares onde será instalada a montadora no município. O terreno fica na mesma área que, nos anos de 1990, chegou a ser destinada a uma fábrica de automóveis da Ford.
A escritura, que oficializa a aquisição do imóvel pela empresa Foton Caminhões, de Barros, é exigência para acessar empréstimo do Bndes. "Entre as empresas com projetos de instalação nessa área que era da Ford, a Foton é a primeira a ter o documento", lembrou o empresário. Barros informou ainda que os chineses, da Foton, estão buscando uma sede em Porto Alegre.
O grupo anunciou que quer montar camionetes e SUVs no empreendimento já previsto. A montagem de caminhões, inicialmente de 10 toneladas, começará em setembro deste ano na unidade da Agrale, em Caxias do Sul. O acordo com a companhia caxiense foi a solução para abastecer o mercado enquanto não é construída a estrutura em Guaíba. A previsão é de concluir a obra no final de 2016. Sobre o mercado de veículos, com queda de quase 30% até abril, o dirigente da Foton Aumark espera recuperação em 2021, mas, na economia, Barros observa que já teria começado uma inflexão, alterando as quedas. Recuo da inflação e corte das taxas de juros estão no cenário de médio prazo.