O Criatec 3, fundo com um total de R$ 200 milhões para investir em participação em empresas inovadoras e liderado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), terá um gestor local para selecionar os destinos de parte dos recursos. A garantia foi dada pelo Badesul, que é um dos acionistas do fundo.
A existência de um olheiro, como chamam o consultor contratado para avaliar os negócios para receber investimento, foi negociada como condição para injetar R$ 10 milhões no capital. O aporte será a cota do Badesul na terceira geração do Criatec. A agência começa a selecionar o profissional, que deve levar três meses e precisará ter o aval do conselho do fundo.
"Só colocaríamos os recursos se tivesse o gestor local", reforçou o superintendente de inovação e sustentabilidade da agência, Elias Graziottin Rigor. "Isso ocorreu nos 45 minutos do segundo tempo", citou Rigon. A composição do fundo foi fechada em janeiro. O Bndes tem a maior participação.
O BRDE também está no grupo de instituições acionistas, além de bancos de fomento de outros estados e setor privado.
No anúncio do Criatec 3, na segunda-feira passada (15), chamou a atenção o fato do Badesul compor a operação, mas o Estado não estar entre os sete polos regionais, que terão consultores. Paraná e Santa Catarina entraram. Segundo Rigor, um profissional local é como uma lupa para identificar as melhores oportunidades.
O aporte de R$ 10 milhões seguiu o volume do fundo anterior (Criatec 2). A cota não implica que é o teto para projetos locais buscarem. No segundo fundo, as gaúchas Cliver, Yeller e Ezcommerce foram as selecionadas e alcançaram R$ 6,5 milhões.
Em entrevista no fim de 2015, a diretora-presidente do Badesul, Susana Kakuta, apontou uma mudança na estratégia de integrar fundos com outras instituições, que envolve maior aporte para projetos gaúchos.